CAPÍTULO VINTE E NOVE

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Christopher sorriu e se afastou. Através da luz do luar eu pude ver a decepção em seu rosto, o que de certo me deixou chateada, aliás, não estávamos juntos quando fiquei com Paco.

—  Chris.

—  Só... eu não sei o que dizer.

—  A gente não estava junto.

—  Dulce, eu não estou bravo por você poder ter engravidado daquele cara.

—  Então por que essa cara, então?

—  Por que você preferiu ir atrás dele pedir ajuda do que vir até mim.

—  Eu não... foi ele que... — Calei-me, sentindo uma pontada de ódio dentro de mim.

—   Se vamos ficar juntos agora, precisamos pelo menos tentar confiar um no outro.

—  Você quer que eu confie em você, mas não consegue confiar em mim. Acho que deveria ficar claro a posição de cada um de nós aqui.

Entrei e fui para o quarto, torcendo para ele não deixar Alice sozinha. Tomei um banho demorado e então fui tentar comer alguma coisa. 

Quando passei pela sala, Christopher estava tentando fazer Alice dormir e ela estava resmungando no colo dele. Olhei para o sofá e Santiago estava abraçado ao ursinho de pelúcia quase dormindo também.

—  Por que ela está chorando?

—  Eu não sei. Deve ser pirraça, como sempre.

—  Brigou com ela? Por que você não tem tido muita paciência.

—  Não e não é questão de se rpaciente ou não. Ser um bom pai ou boa mãe não significa dizer sim para tudo. Crianças precisam ter limites, deveria saber disto.

— Muito menos brigar com um bebê de nove meses.

— Está dizendo isso por que está brava, sabe que não é assim que as coisas funcionam.

—  Acho que pode pegar o seu filho e ir embora, eu estou cansada.

Peguei minha filha do colo dele e fui colocá-la no berço e é óbvio que ela não quis ficar, então me sentei na poltrona e fiquei lá com ela, fazendo um som musical com a boca até ela finalmente dormir.

Pensei que Christopher já estivesse ido quando saí do quarto, mas ele ainda estava lá na sala, sentado no sofá ao lado de Santiago que também já tinha dormido. Bufei e fui diretamente para a cozinha. O micro-ondas estava ligado, e na bancada tinha uma jarra de suco, e dois copos vazios.

— Achei que estivesse com fome.

—  Não precisava se incomodar.

—  Desculpa. —  Christopher me abraçou por trás e pousou o queixo em meu ombro. —  Eu morro de ciúmes daquele cara, mas não significa que eu não confie em você. 

— Eu fiquei apavorada, Christopher. —  Fechei meus olhos. —  Com todos os problemas, meu maior medo foi o de perder você de novo.

— Você não vai me perder. Nunca mais.

— Christopher?

—  Hum? —  Ele beijou meu pescoço.

—  Se tivesse dado positivo, e não fosse seu, o que iria acontecer?

— Dulce, eu não sei. Talvez no início eu ficaria chateado, mas teria que me acostumar com a ideia.

—  Seríamos uma família muito louca.

—  Sim, mas que graça tem em ser uma família normal?

—  Nenhuma. —  Ele me virou de frente para ele e me beijou.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora