CAPÍTULO TRINTA E OITO

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Comprei um pouco de café e voltei pra minha sala para tentar trabalhar. Como explicar o que tinha acontecido? Eu nunca vi algo parecido na minha vida.

Atendi alguns pacientes que tinham consulta marcada e então Paco apareceu. Ele chegou da porta segurando uma prancheta e me olhando como se eu fosse culpada de algo.

- O que foi?

- Nada.

- Conseguiu resolver o problema?

Ele assentiu e deu um sorriso maléfico. Revirei e mantive minha postura.

- Tivemos que drenar o sangue dele, tem noção de como ele gritou? O cara é um fracote, mas quando disse a ele que poderia perder a função ele cedeu.

- Oi? - Arregalei meus olhos. Só me faltava essa.

- É um caso grave, pode-se dizer, mas foi resolvido.

- O que causou? Por que ao contrário do que você acredita, ele não tomou viagra.

- Acredito em você. Sei que tem onpoder de deixar qualquer homem com o... você sabe... bem acordado. - Minhas bochechas coraram e ele riu. - A noite foi boa!

- Você não imagina o quanto. Não sei se serei capaz de pisar no seu andar novamente, devem estar achando que sou uma puta.

- Dentre outras coisas.

- Paco!!! - Peguei uma caneta e joguei na direção dele, mas errei a pontaria.

- É sério, eu até diria para ir ve-lo, mas levando em consideração que você o deixou naquele estado, a contraindicações médica nesse momento é você.

- Ah, claro! Parece que alguém vai ter que ir pra casa essa noite. - Fiz um biquinho.

- Pelo menos ele tem pra onde ir. Já pensou se estivessem morando juntos? Queria ver ele explicar pra mãe dele que ele precisa ficar longe de você por que você ea responsavel por essa ereção.

- Seria realmente constrangedor, mas enfim... como ele tá?

- Tão constrangido quanto você. Não imagina o monete de enfermeira tarada que quis tentar resolver o problema dele.

- Elas devem estar querendo morrer! - Dei um sorriso sínico. - Aquele ali já tem dona, e se chama Dulce Maria.

- Que possessiva.

- Preciso, né? - Olhei para o relógio. - Tenho um paciente agora, depois a gente se vê. Diga a ele que não posso ir agora, mas quando der, a gente se encontra.

- Tá bom, deixa eu ir lá.

Depois que ele saiu, atendi um bebê de um mês de idade. Era um menino e se chamava Gabriel e parecia um boneco de tão perfeito. Eu adorava atender bebês novinhos por que me deixava nostálgica e me lembrava de como minha boneca estava crescendo rápido.

A primeira consulta dela foi algo memorável. Meu pai quem estava comigo e foi ele quem tirou a roupa dela para a médica examiná-la, mas a parte engraçada foi quando ele precisou trocar a fralda dela e ela simplesmente mijou tão forte que o molhou. Até hoje a doutora Kelly ri quando se lembra.

Depois do expediente, eu resolvi passar no andar que Christopher, e quando cheguei no corredor, vi que a porta do quarto dele estava cheio, e de mulheres. Ver aquilo me enfureceu, e muito.

- Será que poderiam por obséquio deixar o pinto do meu namorado em paz?

Bradei quando cheguei perto delas. Como assim odiam ser tão taradas a esse ponto?

- Se querem um pênis, comprem um de borracha ou vão para a esquina seus bando de...

- Aaah, puta que pariu, tem certeza que não tem anestesia pra isso?

Corri para dentro da sala quando ouvi a voz de Christopher. Ele estava cercado de enfermeiros e Paco estava tentando novamente drenando o sangue dele.

- Mas o que tá acontecendo aqui?

- O avião decolou de novo, Dulce. Teu namorado tem um hormônio invejável.

- O quê? - Aproximei-me e Christopher agarrou minha mão.

- Nunca mais faça oral em mim, Dulce Maria! - Ele falou sério e eu comecei a rir. Olhei para Paco que estava completamente sem graça e eu também fiquei.

- Você tá ouvindo o que tá falando? Depois não reclama.

- Eu não sei o que tô falando.

Ergui-me para ver o que se passava do outro pado do pano e foi além de constrangedor ver o meu chamado Pinto Amigo com as mãos no pênis do meu namorado.

- Putz. - Minhas bochechas coraram quando imagens nada agradável se formaram em minha mente.

- O que foi?

- Nada. Tá tudo bem. E para de apertar a minha mão, filho da puta! Você quer quebrar?

- Pensa pelo lado bom, não vai poder bater uma pra ele tão cedo. - Vi como os enfermeiros se seguravam para não rirem da situação.

- Paco, com todo respeito? Vai se foder!

Demorou um pouco, mas finalmente baixou. Christopher precisou ficar em observação por algumas horas e eu fui praticamente expulsa do hospital, então eu fui pra casa sabendo que o resto da vida iriam me olhar como a mulher que enrijeceu o namorado de maneira definitiva, e não importaria i o quanto eu me defendesse, sempre iriam me culpar.

- Anna? Cheguei.

- Aqui no quarto, Dulce!

Fechei a porta e fui para o quarto de Alice. Lá eu encontrei ela sentada na poltrona enquanto lia um dos livros favoritos de Alice para os dois, que estavam de péndentro do berço a olhando.

- Como o Christopher está?

- Você sabe? Ah, claro que sabe, né!

- Ele ficou bem constrangido quando notou que estava naquela situação perto de mim. - Ela abaixou o livro e me olhou. - Ele acordou assustado, acha do que tinha deixado os dois sozinhos, e nem se deu conta de que tava em pé. E puta que pariu, Dulce! Como você aguenta?

- Você não sabe a terça parte, querida! Mas ele tá bem, pelo menos tava quando saí de lá.

- Ele não veio com você?

- Não. E se sair do hospial ainda essa noite vai direto pra casa. Acredita que fui culpada disso estar acontecendo? Logo eu que sou tão quieta.

- Harram! Quietíssima. Nem acorda os vizinhos, né?

- Tenho culpa se eles têm sono leve? - Me fiz de vítima a ela riu.

- Palhaça.

- Tudo certo com os dois? - Fui até eles e depositei um beijo na cabeça de cada um.

- Mamã... - Santiago estendeu o braço pra mim e eu o peguei no colo. - Papa...

- Oh meu amor, o seu pai não vem hoje, então teremos que nos entender nós três, tá?

- Boa sorte. Eu já li três livros e eles não dormem. Já tomaram banho, comeram, aprontaram e nada de dormir.

- Tá difícil né? - Ela assentiu. - Olha, eu sej que a gente não conversou sobre isso, mas ainda vamos. Eu só não sstou com tempo, mas saiba que se você achar que não dá conta, por que eu sei que é difícil, sei mesmo. A gente vai encontrar alguém pra ajudar você, mas se achar que vai dar conta, não vai ser apenas um salário.

- Quê isso, eles nem dão trabalho. - Ela fitou Alice que estava rindo sozinha. - A Alice é mais bagunceira, mas eu dou conta dos dois pestinhas. Além do mais, o Christopher me ensinou o lance do cantinho da disciplina. Acha que tá tudo bem?

- Claro. - Olhei pra Alice que se jogou no berço sorrindo e lutando para não fechar os olhos. - Acho melhor fazer minhas crias dormirem, por que se não minha noite vai ser bem longa.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora