CAPÍTULO CINQUENTA E SETE

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Entrei no carro e deixei minha bolsa no banco de trás. Finalmente, depois de algumas semanas, voltei a trabalhar e novamente eu estava de volta à rotina, porém, com algumas coisas mais a serem feitas.

As coisas estavam seguindo mais ou menor assim: Eu estava acordando mais cedo para fazer exercícios em uma academia perto de casa, depois voltava, tomava banho e o café da manhã e da trabalhar. No final do dia eu ia para a aula de ioga três vezes por semana e para o pilates duas vezes, e somente à noite eu conseguia ficar em casa com minha família.

Eu sabia que essa situação fazia as coisas pesarem para o lado de Christopher, aliás, era ele quem ficava com Alice e Santiago o dia inteiro, e embora Ana estivesse lá para ajuda-lo, ainda sim era cansativo, já que os dois cada dia que passava pareciam estar cada vez mais elétricos.

Alice piorou com a manha depois que voltei a trabalhar, o que resultava, muitas das vezes em noites de insônia. Já Santiago vivia a maior parte do tempo doente, coisa que estava começando a me preocupar, já que quando Christopher o levava até o médico, ele não tinha nada.

Enquanto dirigia, eu olhava o céu escuro. Apesar da chegada da primavera se aproximar, o tempo no México ainda estava frio o suficiente para não sair de casa sem um casaco, e o pior, sem um guarda-chuva.

Presa em um engarrafamento sem fim, olhei para a tela do celular que agora estava acesa enquanto este tocava, mostrando o nome de Alexandra. Já faziam quase dois meses desde que a vi pela última vez, embora ela insistisse, e muito, entrar em contato comigo. Sim, eu ainda estava brava por ela agir tão friamente com Santiago. Sem muita paciência para ficar ouvindo o vibrar chato do aparelho, resolvi atender, conectando a chamada ao bluetooth do carro.

— O que você quer? — Perguntei, irritada, sem tirar os olhos do trânsito.

— Oi. — Houve uma pausa e eu suspirei. — Sinto saudades da minha neta, quando vai me deixar vê-la de novo?

— Quando você para de tratar o seu neto como inferior. — Disse, seca, mas ela não revidou, o que foi, de certo, estranho.

— Será que poderia me encontrar? Tipo... agora.

— Eu tenho muita coisa pra fazer.

— Vai ser rápido, preciso mostrar uma coisa a você.

— Mostrar o quê? Um exame?

— Você vai saber se me encontrar.

Eu deveria? Aliás, o que podia esperar dela à essa altura do campeonato? O que ela teria de tão importante para me mostrar? A curiosidade era grande demais.

— Onde?

— Eu vou enviar a localização para o seu celular.

— Tá. Eu estou presa no trânsito, então talvez eu me atrase.

— Eu espero.

Ok! Seja lá o que era, parecia ser importante demais. Desliguei sem nem mesmo me despedir e assim que ela enviou a localização eu coloquei no GPS. Não era muito longe de onde eu estava e eu conseguiria fugir do trânsito parado.

A média de tempo eram nove minutos de carro sem trânsito, mas com ele acabou sendo pouco mais que meia hora. Ouvi no rádio algo sobre ter tido algum acidente, o que parou a cidade quase inteira.

Chegando no local, eu conhecia. Um bar que eu costumava frequentar há alguns anos com meus amigos. O local ainda estava aparentemente igual, mas vazio pelo horário. Entrando lá, encontrei Alexandra sentada em uma das mesas, tomando algo que parecia cerveja e olhando para a tela do celular.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora