CAPÍTULO VINTE E DOIS

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Parei o carro no estacionamento enfiquei um tempo lá, pensando se eu realmente queria fazer isso. Era certo?

Olhei para minhas mãos sobre o volante e apesar de paradas, eu pude ver como elas tremiam incontrolavelmente. Para ser realista, eu não sei como consegui chegar ao parque sem atropelar ninguém pois eu estava me sentindo estranha, e até mesmo sentia um pouco de dificuldade de respirar. Saber que Christopher estava ali, há alguns metros esperando por mim, me deixou com o peito apertado.

Fiquei uns quinze minutos no carro, a fim de decidir se eu iria ou não e apesar de saber que ele provavelmente desistiu de me esperar, eu resolvi ir.

Enquanto caminhava na direção que eu havia combinado de me encontrar com ele, meu pensamento estava em como eu iria falar, ou por onde começaria, las quando o vi lá, sentado no banco e mexendo no celular, eu simplesmente não consegui mais pensar. Aproximei-me e parei perto dele.

— Dulce, tudo bom?

Ele se levantou do banco quando cheguei e me cumprimentou com um beijo no rosto. Eu não me movi mais, então ele se afastou e me olhou.

— O que foi? O que houve?

Continuei em silêncio, sentindo cada parte do meu corpo tremer. Eu queria mesmo aquilo? Se sim, eu só precisava falar. Ele estava bem ali, na minha frente, esperando que eu falasse.

— Dulce? — Estalou os dedos à minha frente e eu pisquei. — Por que está chorando? —Eu sequer havia me dado conta desse fato. Apenas fechei meus olhos, sentindo-o passar a mão em meu rosto. — É a Alice? Aconteceu alguma coisa?

— Ah, Christopher! Eu odeio tanto você.

— O quê? Espera, você não mudou de ideia, né? Não vai me impedir de ver a minha filha. — Pude ver o pavor brotar em seus olhos e eu ri.

— Puta que pariu, Christopher, dá pra calar essa boca? — Disse irritada, então eu o puxei pela gola da camisa e o beijei.

Como se estivesse em choque, ele demorou a corresponder, mas quando o fez, foi memorável. Ele puxou-me pela cintura com uma das mãos fazendo nossos corpos se colarem, e a outra foi posta na parte de trás da minha cabeça, fazendo com que o beijo fosse aprofundado. Seu beijo tinha um sabor de menta, como quem havia acabado de escovar os dentes e estava quemte, fazendo clntraste com o final gélido de tarde.

Quando parei o beijo, eu o abracei o mais forte que pude e ele me abraçou de volta. — Eu amo você, Christopher. Eu sempre amei.

— O que está acontecendo aqui? Eu não estou entendendo.

— Eu... eu te perdoo Chris. Eu não posso prometer esquecer isso, nem que vai ser como antes, pelo menos não por enquanto, mas eu preciso e quero tentar. — Afastei meu rosto o olhando. Ele ainda parecia atônito e não disse nada. — Por favor, fala que não desistiu de mim, fala alguma coisa.

Implorei. Aquele silêncio dele estava me sufocando.

— Claro que não! Eu só... você me pegou de surpresa!

— Eu não aguento mais isso, eu estou tão cansada. Cansada de lutar contra esse sentimento. — Christopher colou sua testa à minha e eu fechei novamente os olhos. — Eu senti sua falta, apesar de tudo, senti muito a nossa falta.

— Dulce, calma tá? Vamos com calma. — Calma? A última coisa que eu precisava naquele momento era calma.

Por dezesseis meses, dezesseis malditos meses eu esperei pelo dia que eu finalmente iria querer seguir em paz.

— Eu não quero calma, eu só quero... Ai!!! — Apartei-me dele o olhando e apertando o peito, meu coração estava descontrolado, e ele parecia ter percebido isso. A dor era intensa e não pude controlar.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora