CAPÍTULO TRINTA E DOIS

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Acordei com um tosse insistente e então percebi que vinha da babá eletrônica. Olhei para o lado e vi que Christopher dormia feito uma pedra, então eu me arrastei para fora da cama, vesti meu hobby e fui para o quarto ao lado. Aproximei-me do berço e vi que era ela quem estava tossindo e já fazendo bico de choro.

— Tá gripando, amor? Hum?

Peguei-a no colo antes que ela acordasse Santiago e ela já começou a resmungar. Para não acordar nem ele, nem Christopher fui para a cozinha e me fechei lá com ela.

— Mamãe vai fazer um chá pra você, tá? Não chora.

Ela deitou a cabeça em meu ombro e ficou me olhando fazer o chá enquanto resmungava e tossia. Enquanto a água esquentava, eu coloquei a mão no pescoço dela.

— Espero que seja só uma gripe mesmo. — Suspirei e dei um beijo ma bochecha dela.

Passei o restante da noite sentada no sofá enquanto ela dormia ajoelhada em meu colo e com a cabeça apoiada em meu peito. Foi difícil fazê-la pegar na sono, e tinha certeza de que ela estava com a garganta inflamada. Acabei adormecendo naquela posição nada agradável e acordei não sei quanto tempo depois com Christopher a tirando de cima de mim. 

— Vai deitar na cama. — Ele a arrumou em seu colo e ela sequer se moveu.

—  Ela está com febre, Chris. —  Olhei pela janela e vi que já estava clareando. —  Acho que está gripando.

— Quer que eu a leve ao médico? 

— Não precisa, só faz a mamadeira dela e mais tarde dá do chá que está lá no fogão pra ela. Morno. 

—  Tá bom, deixa comigo. Deita e descansa, tá? 

Assenti. Meu corpo doía de ponta a ponta por ficar tanto tempo naquela posição, então me levantei com dificuldade e fui me deitar. Era bom ter alguém para ajudar a cuidar dela e poder descansar um pouco. Já tinha perdido a conta de quantas vezes eu passei a noite inteira acordada com ela e não pude descansar quando o sol nascia. Não era fácil ser mãe solteira.

Quando acordei, algumas horas mais tarde, tomei um banho demorado e saí do quarto. Quando cheguei na sala, Santiago estava no carpete brincando com os brinquedos de Alice, e ela estava no sofá com o pai, detada em cima dele olhando para a TV. Fui até lá, sentei-me na beirada e dei um selinho em Christopher, depois coloquei a mão na testa dela.

— A febre abaixou, mas a tosse ainda não passou. Minha mãe tá vindo pra cá.

—  Pra quê?

—  Trazer um remédio que ela costumava me dar quando era criança. algo com alho, limão e mel. Sei lá, coisa de gente velho.

—  Ah... —  Olhei Santi que engatinhou até mim e se levantou apoiando na minha perna. —  Bom dia, bebê, dormiu bem? Hum? 

Ele me entregou uma peça de lego e depois tentou subir no meu colo. Peguei-o e o sentei ali.

— Sabe... eu estava pensando enquanto tomava banho. Sei que a gente tá indo rápido demais, mas sei lá... eu... eu preciso de você. 

—  Eu estou aqui, Dulce. —  Christopher segurou minha mão.

—  Eu sei, mas logo você vai pra sua casa e eu estou cansada. Sei que não foi fácil pra você com o Santi, mas também não é fácil pra mim com a Ali e por mais que sejam dois, fica bem mais fácil quando você está aqui.  

—  O que quer dizer?

—  Eu... eu acho que a gente deveria morar junto. Não casar, mas morar junto, sabe? Uma casa maior para eles poderem brincar. 

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora