CAPÍTULO OITO

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Acordei com tanta dor de cabeça no dia seguinte que eu tive vontade de chorar. Olhei para o relógio ao leu lado e vi que já passava de onze horas da manhã.

Depois de tomar um banho eu conseguir finalmente sentir-me um pouco mais leve. Já fazia muito tempo que eu não bebia tanto quanto na noite anterior e o meu ataque de histeria ainda ajudou bastante a me deixar cansada. Vesti um moletom não muito quente porque desgraçadamente aquele dia havia amanhecido bem mais frio que na noite anterior e então fui procurar algum sinal de vida no meu apartamento.

Quando cheguei na sala, disposta a ir para a cozinha comer alguma coisa, eu dei de cara com Paco que estava brincando com Alice. Ela estava tão fofa com aquele macacão cor de rosa cheio de borboletinhas lilás e eu adorava quando ela estava com ele, mas estava ficando curto demais para ela, o que significava que eu precisava ir logo às compras. Por que os bebês precisavam crescer tão rápido?

Eu sorri, vendo a facilidade que ele tinha de faze-la gargalhar daquela forma, mas aí minha consciência ferrou com tudo, lembrando-me do show que dei na porta do salão e do beijo que permiti que Christopher me dera na noite anterior.

— Bom dia.

Desejei, completamente sem graça, como se ele pudesse de alguma forma ouvir os meus pensamentos. Paco virou-se para trás e me olhou.

— Olha só quem resolveu despertar. Bom dia, moça. A noite foi boa?

— Você não imagina como. — Disse sarcástica. A noite anterior havia sido um completo desastre e eu sabia que precisava contar a ele. Não fazia a menor ideia do que Christopher poderia fazer com relação a mim e se algum dia ele descobrisse do beijo pela boca de Christopher não seria nada legal. — E minha irmã?

— Ela aproveitou que eu vim e foi embora.

— Ah ta! Eu vou comer alguma coisa, estou faminta.

Minha fome estava em combate contra meu apetite, porque até para tomar um pouco de café que eu sempre tomava, fora difícil. Por mais que eu colocasse açúcar aquilo parecia não adoçar nunca.

— Você está bem?

Paco perguntou atravessando a bancada e ficando de frente para mim. Olhei ele colocar Alice sentada perto do meu copo de café quente e já tirei ele logo dali prevendo o desastre que seria se ela o derrubasse.

— Sim. Por quê?

— Porque está com a cara péssima. Seus olhos estão inchados.

— Só estou cansada e com dor de cabeça. — Na verdade aquilo era devido às lágrimas que eu derramei durante horas antes de conseguir finalmente dormir.

— Não foi boa, a festa?

— Não pra mim.

— Desculpa por ontem. Não deu tempo de eu voltar para a festa. — Ah não. Eu é que devia pedir desculpas a ele. — Eu não queria ter deixado você sozinha, mas você conhece nosso...

— A gente não pode mais ficar junto.

Minha voz saiu baixa e ele soltou um suspiro. Desviei meu olhar, porque eu era covarde demais para encara-lo durante aquela conversa. O silêncio que se seguiu pelos segundos infinitos fora constrangedor.

— Vocês conversaram?

— É melhor a gente se sentar lá na sala.

Paco assentiu. Dei dois biscoitos na mão de Alice e fomos para a sala. Depois que ele a deixou no carpete, nos sentamos no sofá e eu continuei em silêncio vendo-a brincar com os biscoitos e babuja-los. Mas eu precisava falar. Eu tinha que ser justa com o cara que me apoiou desde o momento que me conheceu.

[Revisão] Forgive (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora