Cap 51 ♡ V e l ó r i o

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O seu Zé se foi como uma folha quando cair da árvore:

Sem fazer diferença alguma, que se espalha entre tantas outras e é levada ao vento sem destino ou parada....

Para nunca mais voltar....

Quase ninguém compareceu ao seu velório. Duda não esperava que fosse diferente, considerando que o seu velho morava em uma rua acompanhado de um cachorro. Mas ainda assim; partiu o que sobrou do seu coração ver que aquele homem que significava tanto para ela, iria sem significado algum. 

Sem fazer diferença ao mundo.

A menina havia desmaiado logo após o grito ensurdecedor parti da sua garganta. Quando acordou, estava em um quarto branco com soro sendo injetado em seu braço esquerdo, não sabia como havia chegado ali, e tão pouco entendia o que o médico com bigode grosso demais, pronunciará pra ela.

Ela só conseguia entender e sentir a dor, o seu peito parecia estar sufocando, era dificil respirar, havia pensado em muitos momentos que tudo era mentira, um pesadelo. Mas não era.

Não foi pesadelo quando sua boca se abriu e ela voltou a perguntar sob o velho. Não foi pesadelo quando eles, com pesa, confirmaram a sua morte. Não foi pesadelo quando as lágrimas desceram em seus olhos, traçando um caminho por a sua bochecha. Não foi pesadelo quando a Bea apareceu ao seu lado e ofegou o seu ombro, dizendo em um gesto silencioso que  ficaria tudo bem, mesmo sabendo que não iria.

Não foi pesadelo

A morte do seu Ze foi causada por uma hemorragia seguida de uma parada cardíaca, A  bactéria em si que aos poucos foi lapidando as suas células, destruindo as suas fontes sanguíneas e o fazendo ficar fraco. Era verdade que ele parecia saudável para um morador de rua, mais a garota tinha consciência o suficiente  para não ter parecido surpresa quando foi lhe dito  sobre outras  possíveis doenças  que se alastraram em seu corpo e ajudaram a destruí-lo.

Isso não quer dizer que ela não se importou, não quer dizer que ela não se amaldiçoou, não quero dizer que não se culpou a cada palavra dita sobre a morte daquele que ela sentiu uma carinho verdadeiro. Foi preciso injetar um sonífero na garota para que ela parasse te gritar e se debater contra os enfermeiros, alegando que era mentira, que eles estavam enganados, que a culpa era deles, quando na verdade ela sabia que a unica culpada era ela.

O que mais doía nisso tudo é que a garota não teve tempo de se despedir.

Quando Eduarda voltou a acorda, ainda teve esperanças de que tudo fosse um pesadelo.

Mas não era pesadelo.

Não foi pesadelo quando ela avistou o Cadu ao seu lado, com olhos extremamente arregalados em um olhar misto de preocupação e culpa. 

Ela não olhou para ele. Não conseguia. Não depois de tudo.

Um dia antes, andando por aquelas ruas em direção a lanchonete, ela estava indo o encontrar, estava indo dizer aquelas palavras que nunca havia dito para homem algum e só por isso encontrou o corpo do seu Ze sem vida.

Ela se deu conta de que, não teria ido, se não fosse por aquilo ela talvez nunca duscubriria a morte do seu Zé.

E se odiou por isso.

Percebeu que, havia deixado algumas coisas de lado para focar toda a sua atenção no Cadu, no ciúmes besta que sentia por a Nicole e no sentimento confuso.

Talvez, se ela não tivesse desperdiçado tanto tempo agindo como uma garota idiota, ele ainda estaria aqui.

Ao contrário dela, ele a olhou, ele viu dor na menina, viu sofrimento, os seus olhos estavam vermelhos e inchados como nunca antes, estava tão pálida que parecia que a pessoa que tinha ido a óbito fosse a mesma.

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