cap° 15 ♡ D e s c u l p a

334 41 19
                                    


A Clara passou por mim como ontem; sem me olhar ou dizer uma única palavra, costumávamos brigar quando criança, por coisas bobas, claro, como; porque uma não queria dividir o lanche, ou o giz de cor, ou a pulserinha, ou porque uma queria ser a personagem que a outra já era, sempre coisas bobas, mesmo quando crianças não costumávamos pedir desculpa uma para o outra, só voltávamos a conversa e pronto, como se nada tivesse acontecido.

Ou então, os nossos pais sentavam com a gente e conversava, eles sempre disse que éramos irmãs e irmãs não brigam, irmãs só se ajudam, irmãs não fala a verdade na cara da outra como eu falei a dois dias atrás.

Tudo bem, irmãs falam a verdade na cara do outra sim, mas não para descontar a sua raiva na outra. 

E o que eu disse, mesmo tendo uma parcela de verdade, foi por causa da raiva que eu sentia naquele momento.

ㅡ Eu fiz café ㅡ Avisei me sentando na mesa perto dela, comecei a passar a manteiga no pão.

A Clara só concordou com a cabeça.

ㅡ Você não pode ficar me evitando ㅡ Falei depois de um tempo ㅡ Estamos na mesma casa, moramos na mesma casa.

ㅡ Eu não estou te evitando ㅡ Ela finalmente falou, curta e grossa, não era acostumada com essa Clara, mas por o menos já era alguma coisa.

ㅡ A não? ㅡ Ergui uma sobrancelhas ㅡ Você não troca uma unica palavra comigo a dois dias, e não esta me evitando? Conta outra Clara.

ㅡ Não estou te evitando ㅡ Ela repetiu e me fitou pela primeira vez depois de dois dias ㅡ Se não falei com você durante esse tempo foi por medo de você ser uma vaca como da última vez.

Minha boca se entreabriu e minha respiração falhou, desviei meus olhos para longe dela.

ㅡ Você quer que eu peça desculpas? ㅡ Perguntei encarando o chão.

ㅡ Uma vez você me disse que pedir desculpas não iria concerta as burradas que eu fiz ㅡ Ela disse ㅡ Então não, não quero que me peça desculpas. Eu só não entendo, Duda, nunca imaginei que não gostasse do Luan.

Respirei fundo e me concentrei no pão encima da mesa, a essa altura eu ja tinha perdido a forme.

ㅡ Não é que eu não goste ㅡ Tentei explicar ㅡ Eu só acho que você vem ocupando mais tempo com ele do que comigo ou a Bea e sempre fomos tão grudadas que é estranho não ter voce sempre por perto.... Entende?

ㅡ Na quinta, quando eu não atende a ligação, eu não estava com o Luan ㅡ Ela falou, me senti uma merda por isso ㅡ Eu estava aqui em casa terminando de organiza o trabalho de química da faculdade, não vi o celular toca por isso não atende, mas eu retornei as ligações, e mesmo se eu estivesse com o Luan eu atenderia, porque você a Bea sempre vem em primeiro lugar, posso esta muito envolvida com o Luan sim, mas vocês são a minha família, e voce sempre soube que, na nossa vida, a família é prioridade. 

A Clara tocou em minha mão em um gesto de conforto e eu me xinguei mentalmente por ser tão estúpida, eu vivo acusando os outros por isso, quando na verdade sou eu quem sou.

ㅡ Eu não vou mais fazer isso ㅡ Prometi ㅡ Quando algo estiver me incomodando eu vou sentar e te chamar para conversa, mesmo que esteja morrendo de raiva.

A Clara sorriu e eu retribuir, ele começou a passar manteiga no pão e eu me levantei para pegar a cafeteira no fogão.

ㅡ Me conta o que aconteceu com o Stuart naquela noite, eu nao entendi direito ㅡ Ela pediu.

Suspirei voltando a me senta e antes de começar a contar eu coloquei cafe em seu copo.

Contei tudo, do momento em que liguei para a minha mãe ate a parte do hospital, contei tambem que o Stuart não queria denunciar e o quanto eu estava indignada com aquilo.

No meu mundo louco Onde histórias criam vida. Descubra agora