CAP 54 ° ♡ d e c i s õ e s

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Dois meses haviam se passado, ainda era difícil, depois de tanto me vê caindo, e caído, e levando outros juntos, eu precisei levantar, por eles, por mim. As coisas estavam diferentes agora, não só a minha aparência, o mundo, o ar, as pessoas. Sinto que, durante esses últimos sessenta e cinco dias, perdi muitas coisas, coisas que jamais voltariam, porque a vida é assim, feita de perdas, eu aprendi, mesmo que tenha sido da pior forma possível.

A dor havia diminuído, não é como se tivesse deixado de existir, mas eu iria sobreviver, por mim.... Por que eu precisava viver.

Depois de dois meses, eu estava me fazendo feliz, porque eu merecia, porque a culpa não tinha sido minha, porque eu não poderia ter feito nada para evitar, porque ele morreu, porque, ficar me mutilando, me destruindo, me diminuindo, não o traria de voltar, não fariam as coisas diferentes....

"Nada faria" foi o que a minha psicóloga  disse.

E eu aceitei, aceitei e estou começando a seguir em frente, em passos lendos, tentando não deixar vestígios, me esforçando para ser melhor com aqueles que quase caíram comigo.

Fechei os meus olhos, me lembrando do Cadu.

Ele havia cuidado de mim, me tirado do chão daquele banheiro frio, me secado, me vestido, me aninhado em seus braços, durante aquela tarde, a dois meses e cinco dias atrás, o Cadu tinha prometido que tudo iria ficar bem, que nós iríamos ficar bem, ele estava me amando com gestos, estava me adorando, e eu...  Eu não conseguir retribuir, porque sempre que tentava, sempre que pensava em abrir a boca para lhe dizer algo eu me sentia destruída, sabia que não era justo com ele, muito menos comigo, mas ainda assim....

Exalei o ar, deixando que as minhas mãos passassem pelos pequenos fios do meu cabelo, eu me sentia bem assim, me sentia como sempre quis: livre.

ㅡ Estou tentando tomar uma decisão sobre isso, sinto que estou chegando lá, eu só preciso de.... Um pouco mais de tempo. ㅡ Falei para a minha psicóloga, do outro lado da tela do notebook quando ela me perguntou sobre ele. No fim, tínhamos nos acertado

Eu espero que você consiga ㅡ Ela disse sincera em seguida conferindo o relógio em seu pulso  ㅡ  Eduarda, a nossa sessão encerrou ㅡ voltou a olhar para mim ㅡ Te vejo na próxima semana.

Com apenas um aceno de cabeça me despedir, fechando a tela do meu Notebook.  Foi uma decisão dos meus pais ter voltado as consultas, aceitei porque não queria os deixar preocupados. Com sorte, eu conseguir consultas online, uma por semana, era legal, me ajudava a extravasar.

Eu  tinha terminado o primeiro período da faculdade, e estava plenagendo algo para o pequeno período de férias que restou.

As coisas estão tão diferentes agora.

Lembro que, planejava viajar com as meninas, as coisas mudaram tão rápido, em apenas um ano... A Clara estava grávida, grávida, da para acreditar? 

Acabamos tendo uma conversa na semana passada, quando fui visitar os meus pais.  Ela me disse que, apesar de seus pais terem levado um susto, e de muita conversas, eles acabaram aceitando e apoiando ela, que por sua vez, iria continua a faculdade e continua levando a vida como antes, Claro que ela sabia que não iria ser fácil, um filho nunca esteve nos pensamentos da Clarinha, mas eu sei que ela iria conseguir, eu acreditava nela, sempre acreditei. Agora que tinha acabado o primeiro período da faculdades ㅡ Sem atrasos como eu ㅡ Ela resolveu se mudar de uma vez para casa do Luan, já que, so passava o seu tempo la, por o menos dessa vez ela tinha um motivo especial, pois com a noticia do bebê espalhadas pela família dela e do Luan, as coisas iriam ficar bem mais agitadas.

No meu mundo louco Onde histórias criam vida. Descubra agora