Point of view Claire Gonzalez
O cheiro de bacon dominava todos os cômodos próximo a cozinha, pois lá estava a Jenna, preparando o meu delicioso café da manhã.
Pus a minha mochila em um braço da cadeira, sentando-se nela em seguida e comecei a me servir, enquanto a via colocar a vasilha com a comida sobre a mesa.
— Bom dia, Claire. — ela falou, e pus leite na minha xícara.
— Bom dia, e o meu pai?
— Está lá fora conversando com um mecânico, houve um probleminha com a encanação da casa.
— Hum. — concordei, e continuei comendo.
A Jenna passou a trabalhar aqui em casa desde que o meu pai conseguiu um emprego pra ele, o que na qual eu não fazia ideia, só lhe rendia uma boa grana, o que dava pra nos manter bem.
Eu não costumo perguntar pra onde ele vai, ou com quem sai, ele sempre é muito sigiloso nos seus assuntos e afazeres, então não acho uma boa ideia querer saber sobre os seus passos.
— Esses merdas não fazem um serviço que preste pra ninguém. — ouvi a voz rude dele, ecoando na cozinha e ele se sentou a minha frente. — Jenna, me sirva agora. — mandou, e ela assim fez, pois assim como eu, ela tinha um medo incontrolável do meu pai. — Tem estudado para as provas? — me perguntou, e segui comendo.
— É só o que eu faço dentro dessa casa.
— Ótimo, você vive pra isso mesmo, então não fez mais que a sua obrigação. — baixei o meu olhar e depois de ouvir isso, até a vontade de comer havia passado.
— Te espero no carro. — falei, e me levantei da mesa, pegando então a minha mochila e saí pro lado de fora.
Entrei no carro, ocupando o banco de carona e fiquei pensando na maneira como ele me trata sempre. Eu queria poder ser que nem as outras moças da minha idade, elas saem à noite, vão a praça principal, se divertem e eu não, não faço nada disso, tudo que faço é seguir a linha de conduta imposta pelo meu pai de não manter contato com ninguém.
Que tipo de ser humano aguenta viver desse jeito? Sendo uma prisioneira? pois é isso que eu sou.
Ele entrou de vez dentro do carro e foi me deixar na escola. Vou o tempo todo olhando pra cada ponto que passamos, só pra não ter que olhar pra cara dele.
— Eu não queria ter tido aquilo. — quebrou o silêncio, após alguns minutos calado e graças a Deus chegamos na escola.
— Tá tudo bem. — apenas falei isso, antes de sair do carro e caminhar até a entrada, porém nem precisei olhar para trás, pra saber que ele estava me olhando até finalmente eu sumir da sua vista, quando o portão foi fechado.
Caminhei lentamente até o meu armário e tive uma enorme surpresa, pois lá tinha um garoto, pegando os seus livros, claro, mas percebo que não me era estranho, era o aluno novato.
Abrir o meu e o olhei com rabo de olho, vendo a maneira como ele enfiava os seus livros dentro da mochila e a fechou com uma certa brutalidade, saindo dali com muita pressa.
Arqueei as sobrancelhas, e fiz exatamente o mesmo que ele. Peguei os livros das aulas de hoje e os enfiei na mochila, fechando o meu armário em seguida e caminhei até a sala de aula.
— Veio a pé, foi? — implicou, assim que eu sentei na cadeira, a Valerie.
— Da entrada até aqui, sim, mas de casa eu vim de carro. — respondi, e ela me deu a língua.
Rir pelo nariz e me inclinei pra abraçá-la.
— Como tá? — quis saber.
— Eu vou bem, e você? — forcei um sorriso, e me sentei na cadeira. — Vai me falar?
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Possessive Blood
Teen FictionApós a morte de sua mãe, Claire passa a viver com o seu possessivo pai, Bruce. Bruce é um homem frio, carrega em suas veias um sangue de possessividade sobre a sua filha única, a impedindo de então, ser uma adolescente comum, com amigos. Mas, um nov...