Point of view Claire Gonzalez
Vestir um suéter rosa claro, que cobriu todo o meu pescoço pra só assim, esconder as marcas dos enforcões que levei ontem à noite quando o meu pai chegou da festa de aniversário do tio Brad.
Ele estava muito pior, pois havia bebido por lá e quando chegou em casa, toda a raiva que eu também lhe fiz passar por tê-lo deixado sozinho na festa, descontou em mim e em formas de pancadas.
Eu não queria ir pra escola de maneira alguma, as minhas amigas irão perguntar o motivo dos meus olhos inchados, da minha cara de enterro e do meu silêncio, e eu não posso falar, mas também não queria ficar em casa e ter que olhar pra cara dele o dia todo, então resolvi ir a aula nem sequer pra ouvir as mentiras que o Chaz conta todos os dias.
Peguei a minha mochila e desci as escadas. Estava cedo ainda, com certeza o ônibus escolar ainda não havia passado, então hoje resolvi ir nele.
Quando cheguei na sala vi o meu pai, sentado, lendo o seu jornal e tomando uma xícara de café, chá, de alguma coisa, eu não sabia ao certo, mas eu sabia que não iria falar com ele tão cedo e isso tava decidido.
— Acordou cedo. Bom dia. — falou, e nem sequer olhei pra cara dele, passei direto pra cozinha e vi a Jenna com cestas de roupas em mãos. Ela ia lavar.
— Bom dia, Jenna.
— Bom dia, sente-se, coma alguma coisa, eu fiz a sua panqueca preferida, com bastante queijo e presunto. — ela tentou me animar, usando uma das minhas comidas favoritas como pretexto, mas eu tava muito mal, nem a minha comida favorita iria conseguir levantar o meu ânimo hoje.
— Obrigada, eu tô sem fome... Só quero isso. — falei, e peguei uma maçã verde que havia na fruteira sobre o balcão da cozinha.
Ela concordou, com uma expressão triste e saí da cozinha, voltando pra sala e vi ele conversando pelo celular.
— Eu não sei, tenho que levar e buscar minha filha no colégio, talvez à noite eu passe aí na sua casa. — e no que ele falou isso, eu passei por ele direto, indo pra porta e a cruzei, saindo de casa.
Andei alguns poucos passos, até ouvir a sua voz me chamar novamente.
— Onde você vai, Claire? — perguntou, e passei pelo chafariz com as flores rosas, seguindo caminho, calada. — Eu te fiz uma pergunta. — repetiu, e se aproximou de mim, andando do meu lado. — Eu tô falando com você, me responde. — me cortou, e bufei.
— Eu vou pra escola, não está vendo? — ironizei, com ódio e ele respirou fundo.
— Filha... — falou, e tentou tocar nos meus ombros, mas recuei o contato e fuzilei ele.
— Não toca em mim.
— Eu quero conversar sobre tudo que aconteceu ontem. — neguei com a cabeça, e dei um passo atrás.
— Eu não quero ouvir. Eu não quero conversar. — e foi a última coisa que falei, quando saí de perto dele e caminhei até o portão da casa.
O cruzei, e caminhei de braços cruzados até a rua que dava acesso ao centro da cidade, pois o ponto de ônibus era lá.
Fiquei em torno 20 minutos ali e nada do ônibus passar, o que já tava me cansando, pois eu odiava esperar.
Enruguei a testa, assim que, vi um carro que não me era estranho ir diminuindo a velocidade, enquanto se aproximava do ponto. Ele parou e os vidros foram descidos, me fazendo reconhecer o rosto de quem estava no volante.
— Quer outra carona? — era o Justin. Umedeci os lábios, olhando pra trás e respirei fundo, pensando se deveria ir ou não. — Eu tô indo pra escola. — falou, novamente e resolvi negar, tava cansada de apanhar do meu pai.
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Possessive Blood
Fiksi RemajaApós a morte de sua mãe, Claire passa a viver com o seu possessivo pai, Bruce. Bruce é um homem frio, carrega em suas veias um sangue de possessividade sobre a sua filha única, a impedindo de então, ser uma adolescente comum, com amigos. Mas, um nov...