Point of view Claire Gonzalez
Meus olhos estavam avermelhados e bastantes inchados, fui obrigada a usar o máximo possível de maquiagem, pra esconder a cor vermelha que rodeava toda a região dos meus olhos.
Era noite e eu como sempre não tinha voz, muito menos querer pra decidir o que eu queria fazer ou não, fui obrigada a ir a festa de aniversário do meu tio.
Não tava com a mínima vontade de sair de casa e muito menos de ficar do lado do meu pai, naquele momento eu queria distância dele.
— Claire? — ouvi a voz suave da Jenna, ecoando na porta do meu quarto e guardei o pó dentro da minha bolsa. — Posso entrar?
— Sim. — autorizei, e ela entrou, me olhando com um olhar vago, triste e bastante preocupado.
— Seu pai está te esperando. Precisa de mais alguma coisa?
— Não, eu tô bem... — falei, e respirei fundo. — Tem alguma marca de pancada visível? — quis saber, e ela me analisou, atentamente, e negou em seguida.
— Não... Você tá linda. — me elogiou, e forcei um sorriso. — Agora desce, e boa festa. — concordei e saí do quarto, indo para as escadas.
Avistei o meu pai, parado, próximo a porta de vidro preta me esperando.
— Está pronta? — perguntou, e nem dei preço, apenas passei por ele e saí pra fora, indo diretamente pro seu carro e entrei, ocupando o banco de carona.
Ele entrou em seguida, ligando então, a ignição e saiu dali bastante diferente de todos os dias, lentamente.
Meu silêncio era uma prova de que eu não queria conversar com ele e que o meu comportamento a noite inteira seria daquele jeito, fria e calada.
— Olha, filha. — falou, e apenas continuei olhando pra frente. — Você entende porque foi punida, não é? Você sabe também que eu detesto que mintam pra mim, já falei mais de cem vezes, não minta pra mim, Claire, não minta. Eu só quero o seu bem e te proteger. — continuei apenas ouvindo, mas não ligando, pois seria assim.
Ele se tocou que o meu silêncio foi a resposta de tudo que ele falou e resolveu calar a droga da boca dele.
Fomos em silêncio até a mansão do tio Brad, outro homem incrivelmente nojento, assim como o meu pai, e isso aí eu era obrigada a concordar.
Assim que ele parou o carro, tentei descer, mas ele segurou no meu pulso e nem sequer olhei pra ele.
— Olha pra mim. — mandou, e respirei fundo, o olhando lentamente. — Não quero te ver com essa cara de enterro, ok? Suas tias não são burras e vão querer saber o que houve, então sorria e não abra a porra da boca pra falar absolutamente nada. — falou, de forma rude, mas só que fria e minha respiração se descompensou.
— E se eu falar? — alfinetei, fazendo o seu olhar de ódio só se aprimorar.
— O que você falou? — perguntou, de maneira como se não acreditasse que eu tinha acabado de falar isso, mas apenas me soltei e saí do carro, dando a volta nele e me aproximei do meu pai. — O que você disse, Claire? — refez a pergunta novamente, e continuei ignorando, porém a sua força bruta me atacou, pois sua mão esquerda se manteu fortemente no meu pescoço, me obrigando a olhar pra ele. — Eu tô falando com você, então me responda quando eu te fizer uma pergunta. — murmurou, com ódio e apertou mais forte ainda o meu pescoço, fazendo a minha falta de fôlego começar a aparecer. — Você não quer apanhar novamente, né? Então vai ficar de boquinha fechada, certa? — me ameaçou mais uma vez e engoli em seco, concordando com a cabeça.
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Possessive Blood
Teen FictionApós a morte de sua mãe, Claire passa a viver com o seu possessivo pai, Bruce. Bruce é um homem frio, carrega em suas veias um sangue de possessividade sobre a sua filha única, a impedindo de então, ser uma adolescente comum, com amigos. Mas, um nov...