Point of view Claire Gonzalez
O Bruce dirigia numa velocidade surreal e eu estava assustada, principalmente pelo modo como ele gritava descontroladamente comigo. Eu sabia que quando chegássemos em casa eu sofreria as consequências pela tentativa de fugir de suas garras e estava com medo. Chorava sem parar já com medo de ser agredida ou coisa do tipo.
— VOCÊ NÃO VALE NADA! — gritou e fechei os olhos, tomando coragem de fazer algo que provavelmente custaria minha vida, mas eu não me importava. Eu não podia continuar vivendo debaixo do mesmo teto que ele. — Você vai se arrepender amargamente por ter tentado me fazer de idiota, me aguarde. — avisou, e respirei fundo, abrindo a porta do carro rapidamente e me joguei dele com tudo.
Rolei sobre o asfalto alguns metros, batendo com a cabeça no chão algumas vezes e vi o carro seguindo adiante, mas vejo a poeira subir quando os pneus frearam com tudo sobre o asfalto.
Meu corpo doía como resposta da loucura que eu havia feito, mas não me importava, se eu tivesse que morrer na tentativa de fugir dele, eu morreria, e morreria feliz.
Fiquei de pé, segurando o meu braço esquerdo que estava doendo muito e percebi que estávamos na ponte de Manhattan. Ouço o barulho da porta do carro ser fechada e vejo o Bruce vindo na minha direção. Não, eu não ia desistir.
— Volte aqui, Claire. — balancei a cabeça, chorando e corri no sentido contrário da ponte, segurando um braço e minhas pernas também doíam, mas eu não ia desistir, não ia mesmo. — É em vão você tentar fugir de mim. — ele corria me perseguindo e eu não aguentaria por muito tempo, então uma ideia veio na minha mente rapidamente. Parei de correr e olhei pro lado esquerdo, vendo a borda da ponte e subir nela com certa dificuldade, passando entre as grades enormes que ela tinha. — O que tá fazendo? Desce daí. — dessa vez falou mais tenso, aparentemente preocupado e tentei engoli o choro, mas era em vão, as lágrimas seguiam rolando de meus olhos.
— Fica longe de mim, ou eu pulo. — avisei, e ele enrugou a testa, dando uma risada debochada em seguida. Eu não estava mentindo.
— Você pula? Sério isso?
— Fica longe de mim ou eu pulo. — avisei novamente e seu sorriso se quebrou, fazendo ele engoli em seco. — Acha que eu não tenho coragem, Bruce? Eu tentei fugir de você, e acha mesmo que eu não pularia pra me ver livre de você? — perguntei, e ele respirou fundo.
— Olha, vamos conversar. Por favor.
— Não! — gritei, chorando. — Eu não quero conversar com você. Não quero ter contato nenhum com você.
— Filha, olha, eu...
— EU NÃO SOU SUA FILHA! — gritei realmente brava e ele travou no seu lugar. — Você destruiu a minha vida. Você me aprisionou por anos depois que a minha mãe morreu, me fez sofrer, me privou de tudo que eu sempre tive direito. Um pai de verdade jamais, jamais faria isso com um filho. — cuspi sem me importar com nada. — Você é um doente. Você acreditou em que? Que me prendendo, me evitando de ter contatos com garotos, de namorar, algum um dia eu te veria como um homem? — enojada eu falei, era impossível não ficar, mas eu iria colocar as cartas na mesa agora. — Acorda pra vida, Bruce. Você é um nojento de merda! Um podre que não merece nunca ser feliz. — estava me sentindo muito rebelde, mas não me importava. Eu queria cuspi na cara dele tudo o que eu sentia e achava.
— Eu entendo que esteja com raiva de mim, mas a gen...
— Não existe a gente. — o cortei, falando friamente com ódio enquanto sorria. — Eu não vou voltar com você, não vou voltar pra aquela casa e você nunca mais me verá. — ele arregalou os olhos e olhei para o rio logo abaixo da ponte. Eu não me importava.
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Possessive Blood
Teen FictionApós a morte de sua mãe, Claire passa a viver com o seu possessivo pai, Bruce. Bruce é um homem frio, carrega em suas veias um sangue de possessividade sobre a sua filha única, a impedindo de então, ser uma adolescente comum, com amigos. Mas, um nov...