Cap.39: Break Free

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Point of view Claire Gonzalez

Com extremo cuidado e atenção a tala de gesso foi retirada devagar do meu braço direito enquanto o médico analisava atenciosamente.

— Desça o braço devagar. — pediu, e concordei, descendo lentamente e no meio do caminho sentir uma dor se alastrar pelo meu braço inteiro. — Tá doendo? — perguntou, e dei um sorriso amarelo, concordando.

— Está sim. — ele gesticulou em concordância e flexionou meu braço contra meu peito.

— Bem, Claire. Você irá usar a tipóia imobilizadora por alguns dias. — avisou, e a Valerie me olhou de olhos arregalados. — Não foi uma fratura tão grave, mas como você não aguenta deixar o braço livre, é recomendável usar a tipóia. — falou, colocando uma espécie de tipóia imobilizadora de cor azul escura em meu braço, envolvendo uma faixa em meu pescoço. — E você vai tomar isso. — me entregou uma receita médica e notei alguns medicamentos pra tomar.

— Tá bom. Obrigada. — ele sorriu e desci da cama hospitalar. — Valerie, leva a minha bolsa.

— Claro, amiga.

— Boa recuperação, Claire.

— Obrigada. — assenti para o médico e juntas saímos da sua sala, chegando no enorme corredor do Mount Sinai.

Estava cedo, era por volta das sete e quarenta de uma manhã de segunda feira. As aulas já haviam se encerrados e faltavam exatamente duas semanas pras inscrições da prova que irá decidir o meu tão sonhado futuro.

Só que pra isso eu terei que viver em outro lugar bem longe do Bruce, pra que ele nunca possa me encontrar. Espero que ele esteja achando que eu estou morta, pois quase duas semanas se passaram desde a minha tentativa de fuga com o Justin e nunca mais soube de qualquer coisa referente a ele, como por exemplo a sua perseguição doentia sobre mim. Admito que fiquei surpresa com o fato dele não ter me procurado na casa das minhas melhores amigas. Elas teriam me falado alguma coisa.

Todos os meus anos se dedicando a natação não foram em vão, pois após ter me jogado da ponte, eu afundei bastante alguns metros no rio, mas pude emergir mesmo com um dos meus braços doendo. Na minha volta havia muita água e os prédios próximos a costa do rio, porém distante alguns metros. No meu campo de visão o que estava mais próximo para mim e que iria me salvar, já que eu não aguentaria ficar me movendo o tempo todo para permanecer na superfície, eram umas grandes rochas que estavam mantidas no lado direito da ponte. Já quase fora da água. Era a minha cobaia perfeita e foi a minha deixa.

Meus pelos do corpo se arrepiaram todos ao lembrar da noite fria que passei naquelas rochas e sozinha. Naquele momento eu senti tanta falta da minha mãe. Ali eu tive certeza que se ela fosse viva nada disso teria acontecido.

— Então, amiga? — a voz da Valerie me tirou do trânsi e voltei a realidade. — O que tá achando?

— Do que tá falando?

— Esse negócio não incomoda, não? — se referiu a tipóia e arqueei as sobrancelhas, sorrindo amarelo.

— Incomoda um pouco. Droga, vou ter que usar isso por uns dias.

— Claro, quem mandou cometer a loucura de se jogar de um carro andando e depois de uma ponte? — brincou, rindo e balancei a cabeça.

— Foi por questão de sobrevivência, Valerie.

— Eu sei amiga e mesmo achando uma tremenda loucura, foi o certo a se fazer. Sabe se lá o que aquele doente iria fazer com você. — concordei, lembrando daquela noite péssima e fechei os olhos, mas os abrir quando ouvi o celular dela tocar enquanto dirigia. — Pai? Oi. — ela deu uma curva e olhei em direção a janela, pensando no Justin...

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