VIII

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Naquele mesmo dia, Labella se sentiu tentada a ir à procura daquele ilustre estranho. Mas sabia que isso era praticamente impossível já que não tinha informação alguma sobre ele. Afinal, por que deveria ter?

Do outro lado da parede alguém estava estranhando o silêncio que um dia antes era impossível de haver naquele lugar. A maioria das informações que ele tinha foram ditas por ela em voz alta, em seus desabafos diários. Ele, sem sombra de dúvidas sabia muito bem o que a intrigava, porém a reação dela o causava um estranho espanto: o silêncio é sinal de pensamentos intensos, de planos infalíveis. De loucura.

Mais um. Sentiu uma corrente elétrica percorrer toda a sua espinha ao perceber que havia a probabilidade de Labella corresponder aos seus delírios. A violência daquela sensação e o ritmo descompassado dos seus batimentos cardíacos o fizeram ter uma ideia e sorrir de forma estranha. Um sorriso quente, que raras vezes escapava de seus lábios e apenas por um motivo: Labella.

***

"Prrr... Prrr...", ouviu-se um barulho de pombo, que despertou Labella.

---Que saco! Será que sancionaram uma lei que proíbe dormir?

"Prrr... Prrr...", o som voltou a se repetir. Ela abriu os olhos mesmo estando morrendo de sono, e viu um pombo na janela. Um pombo negro. O que a fez despertar por completo.

---Okay, retiro o que eu disse. É a primeira vez que vejo um pombo negro. É a primeira vez que vejo um pombo bonito. ---Ela se levantou com cautela, foi até a janela e apanhou-o. Na pata dele havia um pequeno envelope preto amarrado com uma linha prateada. Ela desamarrou-o e pôs o pombo na janela novamente, ele voou para fora. Ao abrir o envelope, retirou de dentro dele um papel também preto, escrito em letras vermelhas:

"Seu coração frio , virou brasa quando a viu"
D

---Só pode ser sacanagem. ---Mas ela sorriu. Ela estava começando a gostar daquilo. ---Okay. Se é para brincar, vamos brincar.

---Seis... ---sussurrou um alguém do outro lado da porta. Seu sorriso medonho adquiriu um ar de pureza. Pela primeira vez, ele experimentou o amor. Mas para ele, era como uma droga prestes a fazê-lo ter uma overdose.

✴✴✴✴✴

Tá.

Mordidas 😏

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora