XII

6.4K 568 148
                                    

     Saí da delegacia e já beiravam às 11 horas da manhã, então resolvi ir direto para a Milan. Tá agora, como chego lá? Arian! O Arian! Vou ligar para ele!

---É... Algum problema, senhorita Jazin?

     Me virei de repente e dei de cara com o delegado bonitão...  Espera, por que pensei isso? Ele nem é lá essas coisas, o Fred é tão bonito quanto ele...

---Senhorita Jazin? --chamou de novo, e me fez despertar dos meus nada comuns devaneios.

---Ah, oi. --respondi e ele me olhou.

---Algum problema? 

---É, bem, então, é que...

     A sobrancelha dele se arqueou.

---Se puder agilizar eu agradeço, tenho que almoçar.

     Que sem educação! Não tá vendo que que eu estou agindo feito uma estúpida?

---Eu estou perdida.

---Há quanto tempo você mora nessa cidade? --perguntou incrédulo.

---Alguns anos. --respondi dando de ombros. Victor fez uma cara de quem não acreditou no que eu disse; problema dele, ele que faça salada com a sua desconfiança e coma!

---Para onde quer ir? --perguntou.

---Milan, --suspirei --para o meu trabalho.

---Levo você então. --tentou soar simpático, o que digamos, nem chegou perto de funcionar.

---Okay. É... Então, né coisa linda,  digamos que você é um estranho para mim. Isso me impede de aceitar.

     Ele soltou uma gargalhada inesperada que preenchue os meus ouvidos de uma forma impressionante.

---Então aceite como uma escolta policial. Acho prudente.

     Girei os olhos, mas melhor assim, e se por acaso o fantasma do tal D sair da lâmpada de um poste qualquer? Melhor não arriscar.

---Tá. --suspirei vencida e ele sorriu. Que droga! Por que o sorriso dele tem que ser assim?  Sorrisos assim me encantam e o dele é perfeitamente assim.

---Vamos ao estacionamento. --disse ele, chegamos lá, não era nada muito longe, quero dizer, um pouco, à duas quadras dali, e eu sedentária como sou, foi uma luta pra chegar até lá.

---Me espera aqui. --Vitor disse quando chegamos à entrada do lugar.

     Por acaso estou ficando louca? Como posso ser tão despreocupada? Quer carona? Ah, claro! Quero morrer também, se puder me fazer esse favor eu agradeço... Nem conheço ele! Preciso parar de agir como estúpida.

---Calma, calma, olha a neura. --sussurrei.

     De repente, uma criança que saía de uma escola ali ao lado, soltou da mão da sua mãe e veio até mim.

---"Mocha", --começou, ela deve ter três ou quatro anos --o "mocho" pediu "pá" te falar que ama "vochê". --sorriu ela --Ele chama D.

     A mãe dela chegou correndo.

---Lúcia, pelo amor de Deus, você conversa com estranhos e ainda foge de mim!

---Desculpa, mamãe, o "mocho" pediu "pá" falar com ela. --respondeu apontando para mim.

--Que moço? --perguntei --Onde ele está? --Estou com medo.

---Ele "tava" na "bibioteca" e pediu pá falar. --respondeu ela com naturalidade.

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora