Psicopata: Desespero

VII

Aceitei a sugestão de Fred, quando cheguei à Milan, o lugar estava cheio e logo comecei a trabalhar, mas um rosto em especial chamou minha atenção: um homem alto, moreno e de olhos escuros olhava para mim e sorria debochado. Como eu vivo longe de confusão, fui até ele é perguntei de um jeito educadamente sarcástico:

---O que o senhor deseja?

Ele abriu um sorriso ainda maior e, sem responder, se levantou e saiu. E ainda parou na porta e me lançou um olhar desafiador. Fiquei um tempo parada sem entender. Mas aquilo parou por ali quando Fred me chamou:

---Bella?

Fui até ele.

---O que houve?

---Quem era aquele cara e por que ele te tratou daquele jeito? --Credo. Fred falou como se fosse meu pai.

---Olha, Fred, eu não faço a menor ideia. Mas, sinceramente, espero que ele volte, porque eu quero pagar para ver.

Fred me fitou por um tempo e nada disse. Suspirou de forma pesada e então disse:

---Sabe Bella, você não me deve nenhuma satisfação da sua vida e eu também não tenho o direito de exigir isso, mas por favor, toma cuidado. As pessoas não são confiáveis.

---E por que você diz isso? --lá vem lição de moral.

---Experiência própria.

---Okay, chefe.

Odeio quando me tratam como criança. Principalmente quando sei que posso estar errada.

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Observei minha Labella desde o momento em que saiu para trabalhar com aquele cara medíocre. Ela não sabe como apreciei seu sarcasmo sua ousadia. E quanta ousadia!

Ousadia. Faltam sete.

Ah, Labella! Assim você me mata... Será que você conseguiria?
Como você, eu pagaria para ver.

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Toda essa situação incomodou de forma demasiada a Fred. Como Bella pode ser tão inconsequente a ponto de querer rever um estranho que praticamente a desafiou com o olhar? Ele cogitou que talvez ela tivesse se apaixonado. Mas a simples hipótese massacrou seu coração.

Labella precisava de um momento de ação em sua vida que não fossem as brigas com Maconi. Um estranho que sorriu para ela de forma enigmática acendeu uma faísca de loucura que agora incendeia a moça, que considerou a possibilidade de tirar uma vida para garantir a sua própria. Ela balançou a cabeça para espantar esse pensamento e se repreendeu.

Talvez o estranho não fosse tão estranho assim e estava mais perto do que se podia imaginar. Será que aquele sorriso carregava algo além de um sarcasmo desafiador? Talvez. Talvez algo muito maior que tudo isso.

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Oie.
Tudo bom?

Mordidas 😏