XV

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     Acordar como se estivesse morto é uma das piores sensações do mundo. Talvez nem tanto para mim, eu praticamente sei como é ser um morto, e depois de ontem, isso se multiplicou.

     Sei que não estava no direito. Sei que não sou o dono dela, e não pretendo o ser nunca, mas Labella... eu só queria poder protegê-la e escondê-la do mundo! Eu sei que ela teve uma vida difícil, mas o que eu quero é que daqui para frente tudo seja melhor, não mais fácil, mas melhor.

     Não deveria ter explodido daquele jeito, eu praticamente esfreguei na cara dela que a culpo por amá-la. Não é assim! Acabei falando demais e coisas que não são verdade, não do jeito que eu falei! Não sai da minha mente tudo que aconteceu e não sai da minha alma o peso por tudo isso, que me impede de fazer qualquer coisa, o mínimo  movimento. E o sono chega e me abraça, me aconchega no colo do medo de nunca mais acordar. Me deixo ser engolido pela minha própria escuridão, e me embalo num sono de infinitas, talvez eternas possibilidades.

     Vi seu sorriso sincero. Seu sério sarcasmo. Sua doce ironia. Seu semblante a me assassinar por minha própria culpa. Palavras dela que só me fizeram entender o quão insuficiente sou.  Mas não posso desistir. Não agora.


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Pequeno o capítulo? Sim.

Até o próximo.

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora