Psicopata: Desespero

XXIII

(Leia ouvindo a música. A experiência será completamente diferente)

***

---Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo...

---Amém. --todos responderam ao padre.

     Arian e Labella não se afastaram desde a morte de Fred. Os olhos de ambos já doíam, as lágrimas densas, não exitavam sair. O caixão ia sumindo ao som de I'm sad, Eli. Era a música preferida de Fred. Caramba. Todas as terças feira, às duas da tarde, essa música ecoava pela Milan.

     A voz do cantor deu mais força à cada palavra.

     "Temporary people, temporary feelings, everything so pointless"

     O caixão chegou ao fundo da cova. Uma mão tocou o ombro de Labella, que apenas abaixou ainda mais a cabeça, chorando entre soluços. A terra começou a ser jogada, Arian puxou a moça para se afastarem dali. Virando, deram de cara com ele.

---Senhorita Jazin? -- o dono da mão que outrora tocou seu ombro.

---Victor. O que faz aqui? -- ela não percebeu que o chamou pelo nome.

---Vim prestar a minha solidariedade e verificar se algo havia acontecido com você, não atendeu minhas ligações.

    Um milhão de respostas vieram à cabeça de Labella. Mas ela simplesmente não conseguiu, não teve forças para fazer nenhuma delas ecoar além de sua mente. O delegado, ao vê-la de mão dada com Arian, calou-se por um instante, mas logo prosseguiu.

---Sei que o momento é delicado, mas preciso falar urgente com você. Pode me dar um minuto?

     Labella olhou para Arian e sussurrou um "Já volto", ao qual ele respondeu assentindo. Já era notável, entre eles havia uma relação, a morte de Fred criou entre eles uma ligação estranha e forte.

     Caminharam até um banco um pouco distante dali, onde se sentaram e Sangrino pôde reparar o olhar morto da moça à sua frente.

---Bom, -- começou ele -- sinto muito pela perda.

     Recebeu como resposta apenas um rosto desinteressado, mas que para ele, parecia sondar todos os seus motivos reais de estar ali, os quais nem ele mesmo conhecia.

---E também, -- pensou em algo para falar -- você tem que prestar depoimento sobre a morte do seu -- uma pausa -- amigo. Queria ter te contatado desde que ele deu entrada no hospital, mas pelo seu estado emocional, esperei até agora. O hospital informou-nos que a vítima tinha sinais de agressão. Pode ir na delegacia amanhã, às oito horas? Sente que consegue?

     Ela assentiu, perdendo seu olhar na sensação causada por ter que inventar algo sobre aquele homem. As pessoas estavam indo embora, mas Arian continuava ali, parado em pé, na beira do túmulo e Labella simplesmente se levantou e foi até ele, deixando Victor para trás, esquecendo de sua presença. Ele apenas a observou deixá-lo e novamente se colocar ao lado do homem que lhe causou incômodo, por estar de mãos dadas com Labella, e viu a imagem se repetir.

     Ao saber de tudo, dois dias antes, Victor havia feito Kira e Doby se deslocarem até o hospital para conseguirem informações. Embora tentasse se convencer de que era com caso que estava preocupado, era mais do que nítido que sua atenção estava na moça que provavelmente tinha seus sentimentos em pedaços naquele momento, as informações apenas confirmaram isso. Ele se segurou, se segurou para não agir por impulso e telefonar para ela, para saber como estava, quis acompanhá-la no enterro, com a mesma desculpa da escolta, mas quando tentou ligar, ela simplesmente não atendeu. Seu telefone estava em baixo do travesseiro, descarregado e esquecido. Mais uma vez, o grande Delegado Victor Sangrino estava agindo por impulso e desobedecendo à sua própria lei "Sentimentos impedem a justiça", e ele não estava apenas sentindo. Talvez, meus caros, o grande Delegado Victor Sangrino esteja perdidamente apaixonado por Labella Jazin, sua principal investigada.

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Capítulo especial, chegamos a 1 k. Obrigada Deus! Obrigada, meus lindos!

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Beijão para vocês.

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Ps: Uma recomendação para vocês: leiam Oblivion, da Trish_m_. É uma fic muito boa, super indico. Okay?