XLIV

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Gente, um pequeno aviso: eu tenho outros livros no meu perfil 'Ordens Macabras do Meu Subconsciente', 'CEO - Mundo em Chamas' e 'Lobos'. Então, já que a atualização desse está demorando um pouco (muito kk) se vocês quiserem dar uma olhada por lá para conhecer meus livros aleatórios, sintam-se convidados. Mordidas 😏❤

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Enquanto todos os outros desistiam da tarefa de escrever aquela história, Labella não conseguia parar.

"Isso, sua inútil! Não serve para nada a não ser inventar vidas e mortes, não é?"

A voz em sua cabeça não a deixava em paz enquanto ela vivia as cenas em sua mente e transcrevia no papel. Encaixou todos os demais internos, pensou nos detalhes e... em sua maior perturbação e delírio descreveu o amor que nunca sentiu em situações improváveis em sua vida. Mas aquela, aquela era a sua parte menos enferma falando, a que mais vigorou articulou as mortes e a impediu de terminar tudo na cena do hospital, onde a Labella personagem era diagnosticada com tumor, para tornar tudo mais macabro, desesperador e semelhante à tudo que ela já havia feito na vida.

"Isso, agora está perfeito."

Soou a voz em sua cabeça após escrever a última palavra. Soou a voz que se fez presente em toda a sua vida, até naquela história.

***

Naquele mesmo dia, Mey falou com Lucas e em seguida, com Tadeu. Ambos relataram o mesmo: surtos seguidos de perda de lembranças recentes o fizeram ser internados. O diagnóstico era de psicose severa e alcoolismo, mas nenhum deles se lembrava de beber de forma que caracterizasse vício ou de algum fragmento mínimo de memória pré ou durante os surtos que pudesse justificar a periculosidade descrita nos prontuários. Além disso, não relataram nenhum episódio ocorrido no HPGS, uma vez que ficavam a maior parte do tempo dopados. Novamente a Doutora suspendeu seus medicamentos.

--- Certo. -- suspirou já sozinha na sala e olhou as horas em seu relógio, que marcava a hora do almoço e bloqueava possíveis escutas que acaso houvessem ali. -- Ah, Deus, isso não é nada bom.

Saindo de sua sala, Mey foi parada por Iara.

--- Como você ousa suspender a medicação dos pacientes mais perigosos? -- ela estava alterada.

--- Que eu saiba, eles ficam isolados em quartos especiais e a suspensão por tempo mínimo de medicações vai me dar um parecer mais claro. Mais alguma pergunta idiota ou era só isso?

A enfermeira seguiu raivosa em direção à sala do diretor e Mey foi para o refeitório. Poderia muito bem ir até a sua casa ou comer com os demais funcionários, mas queria provar a refeição dos internos. Com seus saltos e pose autoritária, recebeu olhares confusos primeiro dos doentes e logo em seguida, das cozinheiras. Quando era sua vez de ser servida, a mulher responsável por servir se negou.

--- Desculpa, mas quem é você?

--- Doutora Mey.

--- Não a conheço, deve ser nova aqui. Mas não é aqui onde os funcionários comem.

Mey suspirou desejando ter mais paciência.

--- Eu sei muito bem onde os funcionários comem. Agora, se não quiser me servir, deixe que eu mesma o faça.

--- Não, Doutora! -- a mulher a olhou temerosa -- Essa comida tem vitaminas e... outras coisas para os pacientes. Você não pode, não deve comer.

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora