Psicopata: Desespero

XXXII

Mores, antes de iniciar esse capítulo, quero deixar bem claro que não apoio nada que tenha a ver com substâncias ilícitas. No final do capítulo, falarei um pouco mais sobre isso.

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---Aprendiz! -- o homem de terno gritou sem a menor sensibilidade.

     O Aprendiz estava jogado em um canto do seu quarto, seu olhar estava perdido e a culpa disso não era exclusivamente de suas doenças e transtornos, mas também de sua vida ali. Era chamada de Aprendiz mas se sente um rato asqueroso. Sua condição rara o impedia de sentir dor e fome e o tornava a principal cobaia de toda aquela organização.

-- Aprendiz! -- sua voz agora trazia ódio por não ter sido respondido.

     Ele tinha quatorze anos e não lembrava de quando tudo isso tinha começado. Não se lembrava de ter vivido algum tempo feliz, apenas estava lá, desde sempre, saindo pouquíssimas vezes e vendado. Desde que seus grandes olhos escuros ficaram algo pela primeira vez, o cenário era o mesmo: paredes negras, cama de ferro com lençóis extremamente brancos, a janela era bloqueada por uma parede e coberta por uma grossa cortina preta. O banheiro também negro tinha uma privada, uma pia e o chuveiro. Seu rosto sempre preenchido pela máscara.

     Foi atingido por um chute que jogou-o para o outro lado do quarto, deixando apenas um barulho seco e o nariz do garoto sangrando. O homem de terno ao ver o sangue escorrendo e pingando do queixo do Aprendiz se desesperou, como sempre fazia.

-- Perdão! -- tirou a máscara do garoto e pôs-se a limpá-lo com o lenço do bolso do terno. -- Perdão, meu Aprendiz! -- ele estava chorando enquanto o menino apenas olhava-o inexpressivo -- Não se preocupe, tudo isso irá acabar logo e  você irá se liberar de tudo isso, meu filho. Nós Somos invencíveis! -- apertava a mandíbula com força -- Já tenho uma rainha perfeita para governar com você. Vim justamente te contar essa novidade.

--- O que... -- de alguma forma as palavras ficaram presas em sua garganta -- O que é rainha?

     Sim, o Aprendiz vivia em clausura e o único que entrava em seu quarto ou levava-o para algum lugar era ele, seu pai, Heary Jazin.

--- Não se preocupe, meu Aprendiz, isso logo você saberá.  Mas agora, -- ele retirou do bolso um pequeno frasco de comprimidos -- está na hora de mais um teste.

     O Aprendiz engoliu o comprimido sem questionar, acompanhando o sorriso sádico de seu pai. Aquele era o resultado final de uma gama de aperfeiçoamento do ecstasy comum, que tinha um espectador a ver os efeitos mentais da droga. Logo que começou a agir, o ecstasy fez com que o Aprendiz visse tudo ao seu redor pulsar, aumentando e diminuindo de forma rápida, seguido de uma sensação de prazer e loucura. O aprendiz se viu se tornando o seu pai, tendo em seus lábios o mesmo sorriso sádico e olhar fumegante. Se sentiu o que para ele era a maior representação de poder. As suas pupilas extremamente dilatadas, o corpo febril e as mãos trêmulas. Algum tempo depois tudo isso foi substituído por confusão mental. O rosto de seu pai disforme, horrendo. Sentiu-se  sujo, indesejado, apenas uma porcaria, um bicho qualquer.

     Perdeu o controle de seu corpo caindo no chão. Não via mais seu pai, sentia-se em perigo. Seu corpo estava tenso, logo a claustrofobia o atingiu, sua visão ficou turva e sua audição falhou. Não lembrava onde estava,  quem era ou o que estava acontecendo. Desmaiou.

--- Isso! -- ele batia palmas -- Perfeito!

     Haviam sido seis horas, das seis apenas cinco minutos foram de efeitos colaterais, embora para o Aprendiz parecesse ter sido exatamente ao contrário.

---Agora, o toque final.

     Pegou a seringa com a substância que o próprio Heary havia desenvolvido. E como sempre, o Aprendiz era a sua cobaia. Injetou no pescoço do garoto. O herdeiro do império Jazin não poderia ser apenas mais um viciado na droga e ele era a única pessoa no mundo que tinha possibilidade de anular substâncias viciosas. Sim! Heary Jazin descobriu a cura para um dos maiores problemas da humanidade.

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Bom, aqui estamos. Nem tudo que coloquei no capítulo é o que acontece realmente. O ecstasy é uma droga extremamente perigosa que leva à morte. Não vou colocar aqui porque sei que quase ninguém vai ler, mas pesquise sobre isso. Leia e informe-se sobre os perigos das drogas, para não se deixar levar caso alguém tente te convencer a se drogar.

Beijo, amores.😙

Mordidas 😏