XXVIII

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     Ah, minha doce Labella. Como pode me surpreender tanto? Todo aquele sarcasmo e deboche transformam meia dúzia de palavras em uma bomba de estímulos para meu sistema nervoso, incentivando-me a provocar cada vez mais. Posso ver seus lábios pegaram fogo sempre que solta algo por eles, e ah! Como eu gostaria de sentir esse calor!

---Então, o que vamos comer? -- perguntou não não encontrando nada sobre o pequeno fogão.

     Droga! Havia me esquecido disso.

---Frutas. A despensa está cheia delas.

     Busquei a fruteira.

---Gostaria que eu cortasse as frutas para você? --perguntei apenas querendo agradá-la, mimar a minha mulher.

    Ela olhou para as frutas, respirou fundo e depois olhou para mim.

---Então, sem querer ser grossa mas sempre sendo; não sou criança para você cortar algo para mim. Além disso, que tipo de pessoa corta maçã, uva, banana, ameixa e pêssego para comer? Desculpa, mas meus dentes estão em perfeito estado em minhas mãos limpas.

     Mais um: independência. Às vezes me esqueço que lugar onde ela cresceu a obrigou a aprender por si só. Mais um motivo para amá-la. Labella. Sorri.

---Okay. Já estão lavadas e as guardei cobertas. --entreguei a ela-- Coma o quanto quiser.  --tranquei a porta de entrada-- Vou tomar um banho.

---Banho o caramba.

     Me virei.

---O quê?

---Banho o caramba, está surdo? Você vai comer comigo.

     Incredulidade me define.

---Por quê?

---Por três motivos: primeiro, se essas frutas estiverem envenenadas eu morro mas te levo junto. Segundo, você pode estar indo buscar uma serra elétrica para me matar e terceiro, você também não comeu nada o dia todo.

     Meu coração disparou.

---Está preocupada comigo?

     Ela riu nasal.

---Talvez. Mas seria muito sem graça fugir de um homem desmaiado, preciso de ação.

***

Antes que meu rim corra perigo, sei o capítulo ficou muito pequeno.

Mas isso tem um motivo: eu não ia publicar hoje, mas publiquei para agradecer a todos que estão acompanhando e votando por aqui.

Muito obrigada, vocês são demais! ❤

Que Deus ilumine vocês!

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora