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SE PREPAREM QUE VOU PUBLICAR 3 CAPÍTULOS EM SEQUÊNCIA HOJE 20/01/20 ❤❤

Mordidas 😏

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Depois da consulta com Labella, Mey fez um relatório acerca de tudo, inclusive do comportamento do Sr Brandão e sua esposa Iara. Colocando também suas observações sobre os pacientes e demais funcionários. Ela conseguia sentir a névoa pairando sobre aquele lugar, sentia a aura confusa e escura do HPGS. Era quase palpável a sensação de que algo estava extremamente errado ali. Terminou tudo quando já se passava das 22:00, quando voltou para a sua cabana, avistou Iara à sua espera na porta.

--- Precisa de alguma coisa? -- questionou arqueando a sobrancelha.

--- Sim. Preciso da sua ajuda.

Intrigada, a Doutora pediu que ela entrasse em se sentasse, mas seu nível de desconfiança nunca havia ido tão alto e nem seus instintos e conhecimentos falhavam. Algo estava errado.

--- Pois não? -- se sentou na poltrona à frente da enfermeira.

--- Bem, Mey... Posso chamá-la assim? -- a Doutora assentiu e pediu para que ela continuasse -- Sei que você sabe que há algo errado aqui.

Mey apenas olhou-a sem esboçar reação, simplesmente não conseguia confiar nela.

--- Prossiga.

--- Certo. Vou ser franca. O Estado não mandaria ninguém à um hospital psiquiátrico esquecido se não tivesse total certeza de que algo grave estivesse acontecendo. Então sabemos que você foi mandada para averiguar.

A psiquiatra não estava nem um pouco surpresa, mas demonstrou exatamente o contrário e Iara continuou:

--- Eu sei o que acontece aqui, mas já adiantou que nem eu nem meu marido somos culpados, mas resolvemos te contar porque se não falarmos será pior do que já é. Por isso resolvi vir aqui, sei que de alguma forma você consegue bloquear as escutas. Podemos ir para o seu quarto? Lá é um dos únicos lugares da casa que não têm câmeras.

Mey analisou tudo em suas palavras e o que mais lhe chamou atenção foi o fato da enfermeira sequer um pouco, esclarecer sobre as câmeras e escutas. Sentadas agora nas duas velhas cadeiras que haviam no quarto, Iara prosseguiu:

--- Certo, tudo começou quando o meu marido conseguiu o emprego aqui há cerca de dez anos. Tudo era normal na medida do possível, até que cinco anos atrás chegou Labella Jazin e ela não estava muito melhor do que está hoje em dia, mas isso não foi tão dificultoso pois o hospital tem estrutura para receber os pacientes mais perigosos. O problema é que com Labella, chegaram as ligações e emails estranhos nos ameaçando e ordenando que passássemos a manter todos os pacientes dopados. Logo depois enviaram o composto para ser colocado nas refeições e caso não o fizéssemos, o hospital seria incendiado com todos nós dentro. Mas o pior de tudo, é que o composto é adulterado com uma substância perigosa, porém não era colocado nas refeições de Labella. Uma semana depois, chegaram os outros cinco pacientes, todos praticamente entupidos de tranquilizantes e soníferos e todos eles, depois de se recuperar pelo menos um pouco do efeito dos remédios, questionaram o motivo de estarem internados e apresentavam estar muito confusos. Daí para frente, os psicólogos e psiquiatras passaram a ser contratados pela pessoa do email, isso até o Estado enviar você.

Mesmo com toda o seu esforço na tentativa de convencer Mey, a mesma não acreditava em suas palavras, porém demonstrava surpresa e curiosidade, incitando a enfermeira a falar mais.

--- O que mais pode me dizer sobre Labella?

--- Bem, -- Iara engoliu em seco -- "perigosa" é um adjetivo leve demais para descrevê-la. Amanhã deixarei uma pasta em sua sala com alguns jornais, peço que leia. Preciso ir agora.

Se levantou e se despediu com um aceno de cabeça saindo logo em seguida da cabana. Mey apenas soltou:

--- Que merda está acontecendo aqui?

***

Depois do ocorrido, a Doutora tentou descansar, mas sua mente não parava sequer um instante, a fazendo ter pesadelos desconexos e despertar de vez às 4:00 da madrugada. Andando de um lado para o outro murmurava:

--- Certo, de alguma forma Labella é o centro de tudo isso. Mas não é como nos clássicos onde internam pessoas sãs para ficar com sua fortuna ou algo do tipo porque Labella é realmente doente e perigosa. Mas quem é ela? De onde ela é? Preciso dessas respostas. -- passou a mão em seu rosto -- Ela é realmente doente, mas e os outros, por que são mantidos dopados o tempo todo enquanto é ela quem oferece riscos? Por que Iara precisaria que eu acreditasse em suas mentiras, qual a ligação entre ela e o Sr Brandão com Labella? -- de repente ela parou os seus passos com os olhos arregalados e a mente em combustão -- A não ser que...

Novamente pegou seu notebook, fazendo um novo relatório com suas novas hipóteses e solicitando que o detetive que chegaria nas próximas horas ficasse por lá o tempo que fosse necessário, e ela esperava que seja lá o que estivesse acontecendo fosse descoberto o mais rápido possível, já que mesmo depois que algum dos doentes saírem do Hospital Psiquiátrico Grand Sophia provavelmente acabaria vivendo o resto de sua vida em uma cama de hospital pois os efeitos da substância que é colocada nas refeições são categoricamente irreversíveis.

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora