Psicopata: Desespero

XXXIV

     Kira estava elétrica, seu expediente acabou às cinco e meia da tarde, ela estava em casa pegou as armas e a munição. E comida. Ela precisava dirigir por mais de duas horas se obedecesse às normas de trânsito, mas isso não era algo que ela queria fazer imaginou-se tendo licença poética para reduzir seu tempo à uma hora e meia. Dirigiu ao som de Avenged Sevenfold, isso a inspirava. Foi recebida por Doby extremamente preocupado.

--- Então? -- questionou ela.

--- Eles estão lá. Parece que o nosso querido amigo construiu uma casa para eles ficarem. -- ele cuspiu.

--- Como sabe? -- Kira colocou as mãos na cintura e lançou-lhe um olhar inquisidor.

--- Mandei o Soldado João ir até lá. Não se preocupe, ele é de confiança e só sabe o necessário.

     Ela suspirou.

--- Pietra também sabe, pouco, mas sabe. Inteligente sua assistente.

--- É, eu sei.

--- Qual o plano?

--- Invadir a casa.

--- Quando e como?

--- Agora e armados até os dentes.

--- Uou. Ótimo plano. -- ela girou os olhos.

--- Tem uma ideia melhor?

--- Claro. Podemos esperar um pouco e tentar bolar um plano melhor.

--- Não.

     Pegaram o carro dela e seguiram até perto do lugar,  depois seguiram a pé. Com ajuda da luz da lua conseguiram chegar perto da casa, havia luz, provavelmente estavam acordados. Doby acenou para Kira e ambos se esconderam atrás do carro de Dian.

--- Vamos arrombar?

--- Não vejo outra opção. --ele sussurrou.

     Eles estavam com armas com silenciadores. Kira arroubou e Doby deu cobertura. Com armas em punho, encontraram um lampião aceso e uma casa vazia, o sangue no chão e na mesa embaixo do lampião o bilhete.

     "Tarde demais, babacas!"

--- Merda! -- Kira soltou -- Aquele desgraçado sempre está dois passos à nossa frente!

     Doby esfregava o rosto.

--- Por que nós achamos que um plano tão simples ia funcionar com ele? Droga! Até parece que isso nunca aconteceu. Que inferno!

--- Nós, Doby? Que eu me lembre, eu discordei. Eles com certeza foram pela reserva. Droga, droga droga! Okay, okay. -- ela analisou o sangue -- Com certeza, a julgar pelo modo como está tudo aqui, ele descobriu tudo e tiver um tempo de preparar um plano. O sangue não está apenas em um canto parece que fez uma trilha até o banheiro, não é muito sangue o que quer dizer que o ferimento não é muito grande mas tudo isso pode ser apenas para nos enganar. -- pegou uma amostra do sangue -- Espera, esse sangue não é humano. A forma como está coagulado e a coloração mais escura indicam que é de uma ave.

--- Não vai adiantar irmos para a Reserva. -- estavam do lado de fora -- O chão estava coberto de folhas o que deixa-o sem pegadas. Além disso, podem ter ido em qualquer direção.

     Ah, Doby e Kira. Tinham o pensamento de um detetive e o conhecimento de um médico legista, mas faltava-lhes uma coisa: um estrategista, e era justamente o que Dian tinha.  Podiam andar em círculos para o resto da vida se não mudassem isso, precisavam de ajuda. O pior de tudo: para conseguir ajuda teriam que falar com Victor e ferir o orgulho que corre na veia dos irmãos Oliveira.