XXXV

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A vida é fria. A chuva é fria. O mundo é frio. E eu apenas queria sentir uma pequena parte dessa frieza escorrendo em minha pele, talvez para lavar minha alma, sabe, talvez só para me fazer sentir. Talvez essa frieza sussurrasse em meu ouvido, trazendo sensações que eu ouvia dizer e almejava experimentar. Será que essa é a lógica da vida? Passar pelo mundo acumulando as mais diversas conquistas e esperando sempre fazer mais e mais, sendo melhor ou igual aos outros?

Tudo o que eu queria era um coração que sangrasse com prazer inesperando, mas sentindo tudo o que me era pressuposto sentir. Se não tivesse isso, significava que a minha existência não fazia o menor sentido.

Eu não tinha em quê crer. Eu não tinha alguém para agradecer. Eu não tinha um bem para perseverar ou um mal para amaldiçoar. Simplesmente, eu não tinha nada. Só ela.

Ela se tornou a razão de minhas felicidades, tornando impossível acreditar em desgraças. Sabe, o furacão em meio à merda de calmaria que minha vida nunca foi. A chama de angústia, meu desespero. O gosto da vida. Labella.

Mas a mim, por sorte, reservou-se a melhor das perdições. Quem diria! Dian Jazin, amando. Sem merecer. Sem permitir. Sem querer. Merda! Eu não sou mais eu, eu sou nós, tudo por nós. Nem mesmo tive a chance de escolher aceitar ou não, simplesmente, estava lá, desde sempre. Era amor.

Isso é grave, é estranho. É prazeroso, é extasiante.

Isso, isso é o motivo que eu precisava.





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Mores, perdão pela demora!
É porque aconteceu o seguinte: consegui passar para a Universidade da minha cidade, então, tá bem complicado. Mas aqui estou eu e o próximo capítulo vai ser fogo. Risus. (Interpretem como quiserem) 😏

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora