Depois de servir o café para Victor, Labella foi chamada por Kira que pediu para embalar os perdidos para viagem, ela assentiu e saiu sem nenhum tipo de sentimento pelo que aconteceu cerca de três minutos antes.
---É por ela que Victor está apaixonado? --Kira sussurrou chamando atenção de Doby --Ela é tão... tão...
---Inconstante. Sarcástica. Debochada. Interessante.
---Doby!?
--Quê? --ele levantou os ombros.
Kira bufou, não de raiva, de tédio. Doby gargalhou nasal.
---É, minha irmã. A julgar pelo modo como ela o tratou, possivelmente o tão grande Victor Sangrino não está em bons lençóis.
---Ou não. --Kira respondeu de imediato. Eles observaram o Delegado se levantar, pagar o café e encarar de forma demorada Labella. --Homens são tão ingênuos! De fato, perspicácia é uma característica dominante feminina. --sorriu --Me diga, Doby, como os homens se sentem quando alguma mulher lhes desperta interesse, vai além de seus desejos e supera suas expectativas?
---Louco. É assim que me sinto.
Labella trouxe a comida toda embalada, eles pagaram e saíram. O dia seguiu e a Milan não ficou vazia um segundo sequer, as gorjetas eram boas, principalmente as vindas dos mais aparecidos e esbanjadores. Às seis da tarde, quando o movimento começou a cessar, Fred e Labella fizeram uma pausa, a noite prometia farta clientela, e assim foi. O lugar se encheu de casais apaixonados, uns derramando amores e outros nem tanto. Era tanto discurso clichê, que Labella não sabia se ria ou tampava os ouvidos. Preferiu debochar, discretamente.
---Você não tem jeito. --Fred sussurrou. Obviamente ela não ouviu, mas sabia que deveria esperar algo dele naquela noite, e apenas torcia para que ele não fizesse nada em público, sempre odiou esse tipo de coisa.
Ao fim do expediente, Labella tentou se despedir de Fred, mas ele insistiu para que jantassem juntos, tudo o que ela queria era descansar, ficou em pé praticamente o dia todo, mesmo de tênis, suas pernas doíam, negou o convite. Ele conseguiu convencê-la a aceitar uma carona, e teve a chance de observá-la cochilar no banco ao seu lado. Parou o caro em frente ao Braviou's, com cuidado acordou Labella que agradeceu e se levantou cambaleante.
---Te acompanho, Bella. --Fred riu nasal-- Do jeito que você está, é bem provável que durma antes de destrancar a porta.
No meio das escadas, as luzes se apagaram.
---Droga! --Fred soltou.
---Completamente desnecessário o uso desse vocabulário. --Labella tropeçava nas palavras --Até pensei em te beijar, mas sua boca está suja. --gargalhou.
Fred puxou-a pela cintura, unindo seus corpos.
---Não gostaria de limpá-la para mim?
Labella despertou de súbito com aquele ato. Aquela era uma nova faceta de Fred que ela acabara de conhecer. O escuro não lhe permitia ver que expressão ocupava o rosto dele, mas sabia que ele se aproximava, sentia sua respiração. Seus narizes se tocaram.
---O que você está fazendo? --Labella sussurrou.
O silêncio tomou o lugar e Fred se afastou.
---Desculpe. Vamos. --continuou a direcioná-la.
Calados, chegaram. Fred não teve coragem para dizer mais nada, apenas destrancou a porta e foi embora. Labella deu de ombros e entrou.
*****
Oie, belos! Desculpem a demora. E muito obrigada!

VOCÊ ESTÁ LENDO
Psicopata: Desespero
Mystery / ThrillerUm vizinho estranho. Uma mente perturbada, obsessiva, insana. E Labella? Ah, meu caro, ela é a razão de tudo isso. "Seu coração frio virou brasa quando a viu." ********************************************************** ATENÇÃO!!! ⚠⚠⚠ Se você estiver...