Psicopata: Desespero

XLVII

Depois de Labella ter um ataque de gargalhadas sádicas, deu-se por finalizada a terapia em grupo daquele dia, embora Meyer estivesse mais que curiosa para conversar com Maria, Lucas e Tadeu a respeito de suas memórias recuperadas, mas mais ainda, queria conversar com Anabel e Alan. Porém reconhecia que eles estavam cansados e perturbados, era melhor que descansassem.

--- Golpe de mestre, minha bela Doutora. Suspender os remédios fez com que estivessem mais lúcidos e fazer isso dando-os uma forma de se expressar o que passaram durante o processo foi genial! -- Zaky sorria empolgado.

Estavam agora na sala dela e era simplesmente impossível não achar graça da animação de Zaky.

--- Bem, o que achou do que viu, Zaky? -- ela questionou

--- Olha não sou psicológo ou psiquiatra, mas pelo pouco que entendo, vi três pessoas cansadas e agredidas psicologicamente, duas que eu não soube entender e uma que está realmente muito doente.

--- Bingo! -- a Doutora disse apontado a caneta que estava na sua mão na direção do Detetive -- Apenas corrijo que o cansaço e a agressão psicológica fizeram com que os três em questão desenvolvessem doenças psicológicas, mas não creio que estas os façam ser perigosos para suficiente para estarem aqui.

Ela respirou fundo e relaxou na cadeira.

--- Mudando de assunto, o que você sabe sobre o diretor e sua esposa? -- Detetive Johan questionou.

--- Bem, eu já suspeitava que não daria tempo de você ficar a par do último relatório que enviei, mas eu te explico.

Depois de Mey contar tudo o que viu e ouviu desde o dia que chegou, com Zaky fazendo algumas anotações enquanto ela falava, um silêncio pairou sobre a sala enquanto o Detetive olhava para suas anotações com semblante reflexivo que logo foi substituído por um olhar intrigado.

--- Pelo que observei, é bem provável que suas suposições estejam certas. Mas antes de tudo, precisamos saber mais sobre eles e sobre os pacientes e principalmente, sobre Labella. -- Detetive Johan disse

--- Certo, então vamos começar por isto. -- ela pegou a pasta deixada por Iara e abriu-a, revelando recortes de jornais.

"Adolescente de 15 anos é procurada por assassinato de morador de rua com requintes de crueldade."

"Onda de assassinatos continua, as vítimas foram brutalmente mortas e a principal suspeita é uma menina de 15 anos."

"Já são 6 as vítimas da onda de assassinatos violentos que assola Logóva e continua foragida a adolescente suspeita dos crimes."

"Depois de temporada de terror, a garota identificada como Labella Jazin, apontada como autora dos assassinatos, se entrega à polícia enquanto comia um algodão doce, confessa todos os crimes, diz que tinha cúmplices e tira foto de identificação sorrindo."

O Detetive e a Doutora se olharam.

--- Algodão doce? -- ele questiona

--- Provavelmente ela queria passar uma ideia de ingenuidade e infantilidade para que causasse de alguma forma comoção. Isso é reforçado quando ela sorri para uma foto da polícia. Ou... talvez ela apenas estava debochando porque sabia que de alguma forma não se daria tão mal quanto todos esperavam.

"São presos 5 adolescentes suspeitos de ter participação na onda de assassinatos em série que aterrorizou Logóva.

Dos cinco todos apresentavam sinais de transtornos mentais, três eram moradores do Orfanato de Logóva e todos foram sentenciados à prisão no Hospital Psiquiátrico Grand Sophia (HPGS), onde foi encarcerada por volta de uma semana atrás Labella Jazin, apontada como a principal responsável pelos crimes."