XXV

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, esse capitulo deve tirar algumas de suas dúvidas, ou piorá-las. Não me responsabilizo.😏

******
    

     Talvez fosse a falta de calor humano. Ou talvez eu simplesmente seja uma louca que se deixa atrair por um estranho. Mas não sei explicar! Tudo isso, eu sinto que estou fazendo o que deveria ser feito. Desde o início, quando fiz a promessa, é como se fosse para ser assim. Ou talvez eu seja estúpida demais, apenas.

     Naquele abraço, eu chorei esqueci de todo o resto do mundo, é como se algo nos conectasse de alguma forma. Eu sei é tolice! Provavelmente a minha vida daqui para frente será uma tormenta sem fim, não é o que sempre acontece?

     Saímos pela porta dos fundos do auditório chegando diretamente à garagem, sentei-me ao seu lado no banco da frente que, de fato não era o carro de Fred, mas isso pouco me importa. Seu capuz subiu um pouco me revelando que seu rosto estava coberto por uma máscara. Suspirei.

---Preciso tirar essa capa. --sua voz soou.

     Apenas olhei-o atenta. Ele confia em mim? Abaixou a cabeça e inclinou-se para frente em uma lentidão agoniante, e retirou a capa mas não me olhou. Começou a respirar descompassadamente e abraçou seu próprio corpo. Me deixou,  me deixou sem ação. Deixei que minha mão tocasse seu braço.

---Ei... --chamei sem resposta. Sua respiração se alterava cada vez mais.

     Puxei-o de encontro a mim e o abracei da melhor forma que pude. Não, não sei o que estou fazendo.

---Por favor... Se acalma... Por favor, eu estou aqui, eu vou ficar com você.

     Ele se acalmou aos poucos e se levantou virando o rosto em minha direção. Droga! Não sei o que está acontecendo, ficou assim por um tempo e simplesmente se virou, ligou o carro.

     O  caminho era estranho. Já previa. Pelo menos eu sairia da minha vida, pensei. Entramos em uma estrada rural, duas horas nela. Não questionei e ele também não disse nada. Chegamos à uma casa pequena toda no tijolo, sem reboco e, pelo que vi, tinha cerca de três cômodos. Descemos do carro e pus-me analisá-la.

---Desculpe amor. Foi o melhor que consegui fazer.

     Olhei-o atônita.

---Você fez isso?

---Fiz, para você. Por favor, me perdoe por estar assim. Por dentro está melhor, eu juro, meu amor.

     Ele estava de frente para mim.

---Não se preocupe. Eu gostei.

     Sem dizer mais nada, puxou-me pela mão para dentro da casa. Sim. Eu tenho noção da estupidez que estou fazendo, mas não consigo parar. Em meu estômago já nasce um enjoo, sinto que vou vomitar a qualquer momento. Eu não devia estar aqui. Esse sentimento precede o grande arrependimento que sei que terei. Vou me arrepender. Estou ciente. Mas não consigo parar.
   
    Na sala há uma cama, uma televisão e uma cozinha improvisada ao canto, e duas portas nas laterais.

---Ali amor, à direita, é o banheiro, à esquerda é a despensa. --pareceu pensar um pouco-- Vem, espera aqui, sente-se. --apontou para cama-- Já volto.
     A máscara. A maldita máscara está me perturbando. Em um quadrinho ao lado da cama, tinha uma imagem como se alguém estivesse preso lá dentro não sei explicar só sei que é uma mulher, no canto do quadro dá para ver uma mão que tem as unhas pintadas de um azul escuro acinzentado. A porta se abriu.

***

---Aqui, amor. Olhe! --empurrou uma mala para dentro do quarto-- Tome um banho, suas roupas ainda estão úmidas, você pode adoecer. E digamos que não sei lidar com pessoas doentes. --insinuou com voz irônica e Labella imediatamente fechou a cara com comentário no maldoso.

     Não foi só isso. Tudo que até então estava de certa forma esquecido em sua mente, remexeu-se fazendo novamente voltar o enjoo, porém desta vez, acompanhado de dor.

---Chega. Quero ir embora. --disse rosnando-- Não faço a menor ideia do porquê ter aceitado essa merda, mas que se dane! Vou embora.

     Uma risada de escárnio saiu daquela máscara.

---Desculpe amor. É tarde demais.

---Droga! Você sabia, seu estúpido, que eu não estava raciocinando e aproveitou-se da situação do meu amigo para me chantagear! Pare de me chamar de amor, seu desgraçado!

     Fiapo de silêncio.

---Ah, Labella, você e eu sabemos que a última coisa que você é é vulnerável. Convenhamos, querida a túnica de mocinha vulnerável não cabe você.

     Labella fechou suas mãos apertando o mais forte que pôde para conter a raiva que fervia em suas veias.

---Sim, claro. --abriu as mãos como se estivesse em plena calma e andou ficando frente a frente com ele-- Desculpe-me querido, você tem total razão. -- respirou fundo-- D, não é? Provavelmente é a inicial do seu nome, mas é assim que assinava não é?

---Bem querida, vejo que sua inteligência é páreo à sua beleza.  Mas só descobriu isso agora? --riu sonoramente-- Claro que não, não é? A inteligência por trás daqueles esquemas infalíveis já sabia há muito tempo, estou certo? Mas bem, é Dian, querida. Porém, para você, sou o que você quiser.

Clichê.

     A mente dela parou e voltou a funcionar. Como ele sabia? Se estivesse certa, ele sabia muito mais sobre ela e bem provável que houvessem câmeras em sua casa. Como em todas as vezes que esse tipo de coisa acontece. Resolveu jogar.

---Sabe, o que mais me irrita de tudo isso, Dian? As câmeras. Sempre foi muito boa em me livrar delas, sabia?

---Não das minhas, não é amor? --bingo! --Mas agradeça, seu banheiro e quarto estão livres, no quarto só escutas, nada além disso.

     Labella sorriu, com seu habitual sarcasmo.

---Vou tomar banho.

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Capítulo meio grande, e meio ruim, desculpa por isso. Cansada estou, porém não me importa. Mas bem, agradeço a Deus e à vocês pelos 2k, estou feliz pra caramba. E bem, surpresas vêm aí. Comentem, por favor, anseio por saber o que estão achando, e votem também. Obrigada, meus lindos!

Psicopata: DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora