6.Porque será que ele mudou tanto ?

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[ 13:35 - Hora de saída ]

- Haaaaaaa finalmente - digo saindo da sala de aula.

- Mesmo, já não aguentava mais ! - responde a Sabrina.

Quando saímos da escola ela acompanhou me até casa como tinha dito que faria.

- Queres entrar ? - pergunto

- Claro ! - sorri - está mais alguém em casa ?.

- Sim, a minha mãe deve estar - baixo a cabeça - mas antes preciso de te dizer uma coisa.

- O quê ? – questiona.

- É que eu e os meus pais temos alguns problemas financeiros e... a minha casa não é...

- Laura, nunca mais digas isso - interrompe me - achas mesmo que eu vou me importar que a tua casa não seja a mais luxuosa ?!, eu não quero saber, o que importa é que eu e tu somos amigas... Melhores amigas - diz agarrando me nas mãos, quando ela acabou de falar fiquei tão aliviada, acho que parte de mim tinha medo que ela não quisesse ser minha amiga por eu não ser propriamente "rica", mas percebi que eu estava apenas a ser estúpida por pensar isso, porque se ela gosta de mim vai fazê-lo pelo que eu sou, e não pelo que tenho.

- Desculpa, estava a ser parva - digo a sorrir fraco.

- Estavas mesmo - responde rindo.

Quando entramos eu pensava que a minha mãe iria estar na sala, mas como não a encontrei fui até a cozinha, e estava um bilhete colado no frigorífico.

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Filha saí para ir ao super mercado, volto pelas 14:00

P.S. deixei cupcakes ao lado do frigorífico

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- Sabrina – chamo o que fez com que ela olhasse para mim - afinal a minha mãe não está cá, mas ela deixou nos cupcakes, estás com fome ?.

- Se estou com fome !, acho que conseguia comer um elefante inteiro – responde rindo o que fez com que eu me risse também.

Depois de termos agarrado nos cupcakes e em algo para beber fomos para a sala e sentamo-nos no sofá.

- Então, porque que tu e os teus pais vieram para cá ? - questiona bebendo um pouco de sumo.

- Como já te contei, nós não temos uma situação financeira muito estável, e tudo isto começou quando a minha mãe ficou doente e teve que deixar o seu trabalho, o único a trabalhar era o meu pai, e com os meus estudos e os medicamentos da minha mãe as coisas complicaram se muito, então quando o meu pai recebeu uma proposta de emprego cá na Califórnia, recusar não era uma opção.

- Mas a tua mãe já esta boa ? - pergunta

- Sim, mas os médicos disseram que é melhor ela esperar mais um tempinho antes de começar a trabalhar - respondo - e tu ?.

- Eu o quê ? – questiona de volta.

- Fala me sobre a tua vida !.

- Haaaa – ri - bem eu vivo com a minha mãe, pai e irmão, ele tem 6 anos e já agora, admito que ele por vezes tira me do sério mas eu adoro aquele miúdo, de vez em quando trabalho em part-time num café aqui perto, a minha cor favorita e lilás e... acho que é isso - acaba de falar e começa a rir se.

Depois de alguns segundos de silêncio lembrei me de uma coisa que ela tinha dito que explicar-me-ia mais tarde, e acho que agora é o "mais tarde".

- Sabrina ? E o Jay ? - mal digo o seu nome aparece um sorriso na sua cara e os seu olhos começam a brilhar.

- O que tem ? - responde fazendo se de desentendida.

- Lá na escola perguntei te se gostavas dele e tu disseste que me explicavas mais tarde, e agora temos tempo - disse indo direita ao assunto.

- Sim eu... eu gosto dele - olha para as suas mãos.

- À quanto tempo é que já o conheces ? – pergunto.

- Ele é da minha turma desde o 5° ano, porque quando eu passei para o 5° ele e o Ross perderam, por isso ficamos na mesma turma.

- Eles são um ano mais velhos ? - pergunto surpresa, porque de facto eu nunca pensei que o fossem derivado as suas atitudes infantis.

- Sim, eles já têm 18 os dois - ela diz - mas continuando, sim gosto dele desde o 5° ano, mas nunca tive a coragem de lhe dizer.

- Ainda por cima é melhor amigo do rapaz que tu odeias - digo

- Eu não o odeio, só o acho um estúpido, mas deixa me dizer te que ele não era assim.

- Como assim ?! - pergunto curiosa.

- Ele antes era um rapaz super simpático e adorava ajudar as pessoas, com o passar dos anos ele foi ficando cada vez mais frio, rude e as vezes até parece que ele nem coração tem - diz e deu-me um arrepio.

- Porque será que ele mudou tanto ? – questiono.

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