Capítulo 92

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Marília 

Merda, resumindo bem tudo, fiz merda, estou me sentindo uma merda, e sei que só vem mais merda.
Hoje é meu aniversário e ontem eu estava no festeja e caí na ideia de todos em sair para beber e comemorar, só esqueci do detalhe que minha mulher e minha filha estaria em casa me esperando, acordei com uma ressaca dor no corpo todo e não sei o que fazer, mas tenho que me redimir de alguma forma. Levantei da cama, o quarto estava um breu, mas sei que ainda é de dia, por da para ver pela fresta da cortina o sol iluminando uma parte do meu quarto. Fui até o banheiro para tomar um banho mais descente, por mais que eu tenha bebido, eu lembro de tudo, e eu só bebi, não fiz nada mais de errado.

Assim que eu cheguei no andar de baixo encontro minha mulher sentada no sofá com Helena e no outro sofá estava Débora e Sofia juntas, imaginar que um dia iria ver essa cena, chega me arrepiar na possibilidade de uma briga aqui dentro.

Lena: MAMA!

Minha maior riqueza, minha filha, estava sentindo tanto a falta dela, ai você deve estar se perguntando, "Poxa Marília você disse para Maraisa que iria ficar grávida, e já se passaram quatro meses". Eu sei o que eu disse, e só eu sei o medo que eu estou sentindo, em relação de engravidar, de dar certo o tratamento, do meu corpo mudar, meus medos sobre Maraisa achar ou deixar de achar algo em mim, mas sei que errei, e vou me redimir.

Lena: Feliz aniversário mama!

Lila: Obrigada meu amor, que saudade que eu estava de você.

Lena: Eu também estava com saudade 

Abracei minha filha como nunca, e assim que coloquei no chão Débora e Sofia veio me abraçar, me desejando felicitações coisas clichês, a única diferença é que no final dos desejos veio a frase "Boa sorte" e "Paciência", eu sabia exatamente do que se tratava, e era só olhar para minha mulher que estava de pé de braços cruzados me encarando, tenho quase certeza que o que ela quer falar não é "Parabéns"

Mara: Você tem merda na cabeça?

Não disse? Maraisa começou a falar assim que minhas amigas levaram Helena para fora da sala, Maraisa tem todo o direito de brigar, me xingar, até me bater, o que eu fiz não foi certo não tem nem justificativa.

Lila: Me perdoa, isso nunca mais vai se repetir.

Mara: Mas é claro que não vai, você não quer assinar um divórcio, ou quer?

Lila: Não amor, pelo amor de Deus, não faça isso.

Mara: Marília, por que a merda do seu celular estava desligado?

Lila: Por que acabou a bateria, e eu nem lembrei de colocar para carregar.

Mara: Ai não lembrou que você tem uma esposa e filha em casa te esperando?

Lila: Me perdoa, nada do que eu fiz tem justificativa,  não vou querer tentar contornar a situação, o que eu fiz foi errado, me perdoa?

Mara: você está boa para sair? Ou vai ficar de molho?

Lila: Eu tô bem.

Mara: Então se arruma, por que eu já tinha reservado um restaurante para comemorar seu aniversário em família, não gostaria de ter que desmarcar.

Lila: Não vai precisar desmarcar nada, eu só preciso do seu perdão.

Mara: Está perdoada, mas isso não quer dizer que eu esteja feliz e de boa com o que aconteceu, eu realmente fiquei preocupada com o seu sumiço, ninguém me respondia, e ver você chegando em casa totalmente alcoolizada não foi uma cena muito agradável, então vá se arrumar, não quero me atrasar.

Ser tratada friamente por sua esposa, é algo que não desejo a vocês, um tapa na cara iria doer bem menos do que ser ignorada e tratada como uma pessoa má, e tecnicamente eu estou me sentindo assim uma pessoa má.
Mais nenhuma palavra foi dirigida a mim por Maraisa, todas as conversar que tentei puxar fui cortada com respostas curtas e sem nenhum sentimento. Ela nos levou para o restaurante, eu nunca havia vindo para cá, acho que é um novo, assim que entro vejo que foi fechado para nós, minha família reunida em uma mesa bem grande no centro do restaurante, cumprimentei todos, e ali começou a noite, meus amigos, família, todos unidos, conversas jogadas fora, sorrisos, mas eu ainda estava mal, olhar minha mulher e ver que ela não está feliz, está me quebrando em pedaços.
Depois do parabéns todos foram embora e nós também, eu estava morrendo por dentro e não sabia mais o que fazer, assim que chegamos em casa levei Helena para o quarto já que ela estava dormindo, Maraisa entrou na sala de musica o que eu estranhei, levei Helena para a cama dela e desci até Maraisa, e lá estava ela sentada no banquinho do piano passando os dedos pelas notas, é tão perfeito ouvir o som do piano, o quanto a voz dela combina com a melodia do piano, tudo nela soa e é tão perfeito. Assim que ela terminou de tocar eu me sentei ao seu lado abaixei a portinha que fica em cima dos teclados e ela ficou olhando para o chão, ou melhor dizendo, para o nada, puxei o queixo dela para fazer ela olhar nos meus olhos;

Lila: Eu te amo

Mara: Eu também te amo

Lila: Será que você consegue esquecer a burrada que eu fiz?

Mara: Estou tentando.

Lila: Deixa eu fazer você esquecer.

Mara: Como?

Lila: Da forma que eu sei que você ama. Te amando.

Ela ficou me encarando, e sem esperar qual quer resposta eu puxei sua nuca e a beijei, já estava a duas semanas sem saber o gosto da boca dela, e relembrar foi maravilhoso, sentir a língua dela brincando com a minha é a melhor sensação, melhor ainda é ela assumir o beijo e sentar no meu colo,  minhas mãos subindo pela perna dela tirando seu vestido do corpo, ver ela com minha lingerie preferida, preto rendado que só perde para o vermelho, sentir o corpo dela nas minhas mãos é a coisa mais incrível do universo, me levantei  da cadeira com ela no meu colo e deitei ela no piano e essa noite, meu sonho, ou melhor nosso sonho, iria se realizar, iria ter Maraisa gozando em cima do piano. Não medi esforços, e nem tempo, eu queria ela agora, e teria ela agora. Ter minha boca em sua buceta, sentir o gosto doce dela, ouvir ela gemendo meu nome enquanto eu enfio um dedo e chupo seu clitóris, não tem preço, eu amo essa mulher mais do que amo a minha vida, e ver ela mal pelo erro que eu fiz, me fez sentir na pele, o quanto estou faltando na vida dela, e já sei como vou mudar essa história. E não vai demorar.

Depois dela gozar na minha boca umas três vezes não consegui resistir de sorrir ao ver ela mole em cima do piano, mal ela conseguia se mexer então peguei ela no colo junto com suas peças de roupa e subimos para o quarto, tomamos um banho rápido e nos deitamos, sentira a respiração calminha dela em meu corpo enquanto dorme abraçada comigo só me fez ter mais certeza de como fui idiota e imatura;

Lila: Eu vou mudar meu amor, na verdade eu já mudei, porém irei crescer, por você. Por você irei começar minhas responsabilidades.

Como se ela tivesse me ouvindo sussurrando, ela me agarrou mais e foi assim que fui dormir decidida onde eu iria  amanhã logo depois do café da Manhã.

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Até!

Eu Me Encaixei no seu JeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora