Capítulo 60

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Maraisa

Mara: Quem você pensa que é?

Almira: Sua Mãe! E mais respeito!

Mara: Mãe? Não, você é qual quer coisa, mas mãe você não é! Mãe aceita o filho como ele é, mãe encoraja o filho a viver a lutar, mãe fica ao lado do filho em qualquer momento e ajuda ele crescer e se tornar alguém importante com valores e acima de tudo respeito. Isso é ser mãe coisa que você não é e não faz questão de ser.

Almira: Maraisa! Essa mulher ta jogando você contra a sua própria família, ela tá tirando você de mim, não é possível que você não vê isso!

Mara: Marília está me mostrando o que é amor, me ensina que acima de qualquer coisa família vem em primeiro lugar, e é graças a ela que eu comecei a minha família, já que a família de onde eu vim não aceita como eu sou.

Almira: Nós aceitamos, sabemos que essa Maraisa ai não existe, você está domada por uma coisa ruim, você se deixou levar em um momento frágil, e agora acha que isso que você está fazendo é certo.

Mara: NÃO EXISTE CERTO E ERRADO PARA O AMOR ALMIRA! Pelo amor de Deus! Enfia na sua cabeça que eu AMO a Marília que é com ela que eu vou me casar e ter uma família!

Almira: Não! Enquanto eu tiver viva! Isso não vai acontecer!

Mara: É? E você vai fazer o que? Vai me matar?

Almira: Que isso Maraisa? É claro que não! Você ficou louca?

Mara: Não Almira, eu não fiquei louca, eu só nao consigo entender como você tem essa capacidade de não aceitar quem eu sou. Você está afastando suas filhas de você só por que eu sou lésbica.

Almira: Fique quieta Maraisa! Você não é isso! só está em um momento ruim, mas vou te salvar.

Mara: Você deveria se escutar, parece uma doente mental falando. Olha eu sinto muito que eu não vou poder ter uma mãe para me dar conselhos, ou simplesmente quando eu precisar de colo, espero de coração que você mude, que isso não seja tarde de mais.

Almira: As suas escolhas está prejudicando a sua irmã, ela se afastou da família por sua causa! Você acha isso certo?

Mara: Eu não mando na minha irmã, se ela não compactua com essas idiotices que você fala eu não tenho culpa, ela faz suas próprias escolhas, ela sabe que eu a amo e não me importo dela ficar no meio de vocês, mesmo que vocês me odeie, ela me ama do jeito que eu sou, e pra mim é isso que importa.

Nunca vi minha mãe sem falas, eu nunca falei dessa forma com ela, a última coisa que eu gostaria nesse mundo todo é faltar com respeito com a minha mãe, eu jamais iria fazer isso, porém as atitudes dela está faltando com respeito comigo, não estou pedindo para ela amar minha relação, se ela tem preconceito o problema é com ela, infelizmente boa parte da população do mundo tem preconceito, uns bate outros matam, mas a única coisa que eu peço para minha mãe é que ela respeite, nada mais do que isso, ela apenas deve respeitar minhas decisões e minha sexualidade, não sou eu que escolhi eu apenas nasci.

Mara: Eu já pedi uma vez, e vou pedir a última vez, respeita a minha família, eu não quero que você ofenda minha noiva muito menos minha filha! Se não for para se redimir e voltar ter nossa atenção, faça o favor de não chegar perto de nós. Obrigada.

Com uma dor absurda no meu peito eu saí daquele banheiro deixando minha mãe para trás, aquela que me deu a vida, que me gerou, a mulher que eu amo, ela é minha mãe, não posso odia-la mas também não posso aceitar suas atitudes erradas, de todos os tempos, a pior cena da minha vida foi entrar naquele banheiro e ver minha noiva e minha filha coagida chorando por que uma mulher sem nenhum sentimento as ofendeu. Saí do banheiro encontrei minha noiva sentada em um banco enquanto tentava acalmar minha filha, sendo que ela mesma parece estar tão assustada quanto, cheguei próximo a elas e me sentei ao lado, Helena assim que me viu pulou para meus braços e me abraçou tão forte, que achei que uma criança não teria aquela força;

Eu Me Encaixei no seu JeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora