Chapter forty four- Frank Iero

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Eu acordei sozinho na cama no dia seguinte.

Quase surtei por conta disso, sinceramente, fiquei pirado com o fato de tudo ter sido um sonho. Eu podia muito bem ter surtado ontem, ter vindo pra cá, dormido aqui e sonhado com tudo.

Eu me levanto rapidamente, colocando apenas a roupa debaixo. Assim que eu me levanto, fico mais calmo ao sentir aquela queimação nas pernas por conta dos "exercícios aeróbicos" que fizera ontem.

O sentimento é passageiro. Logo é substituído por o medo de eu ter me cansado de esperar, e ter dormido com outra pessoa.

Praticamente desabo de alívio e emoção quando chego na cozinha e vejo Gee fazendo o café. Ele estava usando apenas uma calça de moletom, e cantarolando baixinho uma melodia sem letra.

O abraço por trás sem dizer uma palavra, ficando na ponta dos pés pra colocar o queixo sobre seu ombro e fechando os olhos.

"Aaaah!"

Ele exclama, quase derrubando a caneca.

"Puta merda, Frank, que susto."

Ele reclama, e eu sorrio, revirando os olhos.

"Bom dia pra você também."

Gerard ri, mas... de alguma maneira, não era a mesma risada que ele dava. Não era aquele riso adorável e inocente. Era uma risada madura e amargurada.

Me assusto com isso, ele nunca riu desse jeito, nem quando estava no hospital.

O ruivo sai dos meus braços com a caneca e vai se sentar à mesa, mexendo o líquido com uma colher.

Okay. Isso foi um fora. Isso foi um terrível fora, era perceptível.

Okay, calma, Frank, isso não deve ter sido um fora, foi só... você sabe. Deve ter sido só ele querendo se sentar. Nada demais.

Reparo no fato de que ele também não colocou café em uma caneca pra mim. Beleza, isso não era "nada demais". Ele sempre me servia de café, em todas as manhãs dos nossos anos juntos.

Calma, Frank, é só café.

"E como foram as coisas lá?"

Eu pergunto, depois de eu mesmo me servir e me sentar de frente pra ele. Gerard me olha com uma ruga no meio da testa.

"Lá?"

Faço um gesto com a mão.

"No Afeganistão, eu digo. Como era lá?"

Gee desvia o olhar pro chão e dá de ombros.

"Foi normal. Sei lá."

Eu o conhecia bem o suficiente pra saber que ele não queria falar sobre isso.

"Onde é o seu apartamento?"

Levanto o olhar.

"À dois quarteirões daqui, virando a rua. Não é longe."

Ele levanta os olhos também, me induzindo à continuar.

"Não tem nada demais, é um apartamento pequeno, mas dá pra sobreviver. É alugado, eu ainda vou terminar a faculdade pra conseguir comprar uma casa nova."

A ruga volta à testa do ruivo.

"O quão pequeno? Pensei que você fosse claustrofóbico."

Meu sorriso desaparece, e eu engulo em seco com dificuldade.

"Bom... dá pra sobreviver, eu nunca disse que isso é fácil."

Ficamos em silêncio por mais alguns segundos. Eu estava esperando ele pedir... pelo menos fazer uma menção à possibilidade de eu voltar a morar com ele. Mas ele não o faz. Eu apenas fico esperando, e ele fica em silêncio.

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora