Chapter seventy six- Frank Iero

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Geoff disse que não gravaria mais com a gente se eu continuasse na banda.

Em uma decisão unânime, decidiu-se que eu não sairia. A gente começou a procurar um outro produtor pra acabar de produzir o álbum, já que entramos em um acordo com o antigo.

O acordo era: a gente podia utilizar a sala de gravação dele, mas a gente tinha que achar um outro cara, porque nenhum de nós sabia exatamente como mexer em uma mesa de mixagem.

Um dia, Gerard chegou com um cara chamado Howard Benson.

Desculpe, deixe eu me expressar melhor: um velho chamado Howard Benson.

Não me entenda mal, nada contra velhos, mas sei lá... ele parecia com o Nicholas Cage. Isso era bizarro pra cacete. Óbvio, idade avançada significa mais experiência e tals...

"Ele produziu o Bastards, do Motörhead, e Against, do Sepultura!"

Falou Gee animadamente para nós. Eu arqueei uma sobrancelha.

"Bastards... caralho, eu amo esse álbum!"

Mikey exclamou, e eu não ia negar. Tá, eu já tinha ouvido o nome dele mais de uma vez antes. Ele produziu uns quatro álbuns do Motörhead... quatro álbuns incríveis.

"O que você acha, Frank?"

Levanto meu rosto, olhando Ray.

"O quê?"

"Do Howard. Quer que ele entre?"

Franzo a testa, mas depois dou de ombros. De fato, eu não tinha dito nada até agora.

"Nah, pra mim tanto faz. Façam o que vocês acharem melhor."

Mikey suspira.

"Frank... você também é parte da banda... você também pode opinar nessas coisas. A gente só vai tomar uma decisão com você."

Olho de relance para Gerard. Eu tava com um mal pressentimento, mas ele parecia tão feliz... ele não estava me olhando. Tava rindo de alguma piada que o cara tinha contado à ele.

E além do mais, era melhor do que aquele George Rangel.

Suspiro, passando a mão pelo cabelo.

"Por mim tudo bem."

"Mesmo?"

Assinto.

"Mesmo, Mikes... esse álbum tem que ser lançado de alguma forma, não?"

Ele concordou, e assim arrumamos nosso segundo produtor.

Nos créditos do álbum, no entanto, a gente manteve o nome do antigo, porque querendo ou não, ele gravou e mixou tudo até Early Sunsets. E como ele era de outra gravadora, o chefe dele ia o matar se soubesse que ele fez esse trabalho "de graça" pra gente. É claro que a gente vai dar uma grana pra ele, mas não seria tanto quanto ganharia se tivesse nos créditos.

E assim foi. Gravamos as três músicas finais e lançamos o álbum. Os meses se passaram e... os resultados foram surpreendentes.

A gente não fez necessariamente sucesso, mas a gente se tornou bastante famoso entre os bares. Passamos de ser sempre a banda de abertura pra realmente ser a banda principal. E as pessoas iam aos bares para ver a nossa banda. Elas nos conheciam, e literalmente nos tratavam como artistas de verdade.

Nenhum de nós lidou muito bem com isso, na real. A não ser Gerard. Enquanto eu, Mikey, Ray e Matt ficamos tão sem graças que quase enfiamos nossas cabeças na terra, Gee era completamente desenvolto. Ele parecia... sei lá, ter nascido para isso. Era de fato impressionante. As pessoas iam até ele, o elogiavam e toda aquela coisa de ídolo-fã, e ele era super fofo. Tratava as pessoas como se fossem especiais, sabe? Por mais que ele nunca fosse lembrar o nome daquelas garotas, ele as fazia acreditar que sim, e sinceramente, isso era o máximo.

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora