Chapter fourty nine- Frank Iero

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Eu não podia dizer que eu estava bem depois do nosso término, eu realmente não estava, ficava bêbado com mais frequência, ia pra festas, por mais de odiar o contato com outras pessoas, e estava esquecendo de fazer as tarefas de casa.

Mas tinha que admitir: eu estava um pouco melhor com as coisas estando tão claras. Eu ficava bêbado com mais frequência, sim, mas eu não ficava tão bêbado ao ponto de não me lembrar do que eu fiz no dia seguinte. Eu não me tornava o tipo de bêbado que claramente acabou um relacionamento, sabe? Eu me tornei o tipo de bêbado que bebia não pra esquecer o relacionamento, mas pra esquecer as merdas da vida, no geral. Aquele típico carinha que chega sozinho no bar, não conversa com ninguém, bebe dois copos de Jack Daniel's, deixa o dinheiro no balcão, coloca o sobretudo e vai embora.

Eu não estava mais me cortando, também, o que particularmente é uma vitória pra alguém como eu, mas meio que parecia bobo agora, sabe? "Eu me corto porque meu namorado me largou, olha como eu quero afeto."

Eu ia pra festas porque eu precisava conhecer gente nova, por mais que- como eu disse anteriormente- eu detestasse isso. No final, não era tão ruim quanto eu imaginava, e eu até conhecia uma galera legal.

A pessoa mais legal que eu conheci, no entanto, foi uma garota. O nome dela era Lindsey. Ela cursava artes em uma faculdade do outro lado de Jersey, tinha a cabeça raspada (o que eu achei corajoso e simplesmente sensacional) e era uma das pessoas mais fáceis de se conversar que eu já conheci (não que eu tenha conhecido muitas pessoas ao longo da vida). Ela gostava de quadrinhos, tocava baixo, tinha até lido algumas Fangorias, e ela desenhou uma rola no meu braço.

Eu sabia que só tinha me dado bem com ela porque Lindsey era a perfeita cópia feminina (talvez nem tanto) de Gerard.

Ela era engraçada, brilhante, animada... ela era incrível. Eu aposto que ela se daria maravilhosamente bem com o meu rabugento ex-namorado. Eu nunca cheguei a perguntar a ele se era gay, ou bissexual, ou outra coisa (que namorado lindo eu era). Eu não realmente sentia que eu fosse ficar com ela, ou algo do tipo, mas os dois formariam um belo casal.

Eu tinha conhecido outras pessoas também (apesar de nenhum deles ser tão legal quanto Lindsey), era uma galerinha da pesada. Um tal de Christian Coma, Jake Pitts, e um poste de um e noventa de altura chamado Andy Black. Esse cara, em especial, me dava arrepios mais do que os outros, puramente pelo fato de que eu não conhecia reconhecer qual era a exata emoção naqueles olhos cor de gelo. Era como... melancolia e saudade, mas era confuso, porque tudo estava coberto com uma grossa película de ódio e desejo por vingança, que deixava tudo o que estava embaixo embaçado e... irreconhecível.

Me pergunto se a mesma coisa que teria acontecido comigo tivesse acontecido com ele. Ou se ele fosse igual a Gerard, e suas doenças incuráveis.

Um dia, depois de umas três semanas do que aconteceu, Mikey me liga no meio de uma tarde.

Eu penso seriamente antes de atender. Eu tinha terminado com o irmão dele, mas ainda era amigo do anorexo. E agora ele podia estar precisando de mim pra... sei lá. As vezes ele estava entediado, e precisava de alguém pra jogar video-game.

Tento não admitir pra mim mesmo que isso era apenas uma desculpa para que eu pudesse ver a pessoa que realmente importava.

"Alô?"

Murmuro.

"Alô, Franklin, é você?"

"Oi, eu tô aqui."

Rio. Ele sempre me chamava disso única e exclusivamente pra me zoar. O clima deveria estar leve por lá.

"Então... eu preciso de um favor seu... e antes que você possa negar, saiba que uma vida pode estar dependendo disso."

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora