Chapter fifty one- Gerard Way

396 56 308
                                    

Era uma manhã pacata quando tudo aconteceu. Eu estava no meu quarto, como sempre, e era cedo. Eu não havia dormido aquela noite, como sempre de novo, e eram por volta das sete da manhã quando escuto a campainha de casa.

Eu me levantei de má vontade depois de alguns segundos, quando tenho certeza de que Mikey não iria abrir porque tava dormindo que nem pedra.

A cena que eu encontrei na porta da frente era meio cômica, e eu não entendia o porquê. Era uma mulher meio baixinha, com a pele cor de chocolate e com cabelo chanel castanho meio claro que caía perfeitamente cortado até os ombros. O cara ao lado dela era um pouco mais alto que eu, e um pouco acima do peso. Os olhos claros pareciam fitar através de mim, e a barba milimetricamente cortada me dava até inveja, mesmo que eu sempre tenha me barbeado muito bem desde que os primeiros pelos faciais começaram a crescer.

"Bom dia, senhor... Gerard Way?"

O homem fala, e eu assinto. Os dois eram tão engomados que chegavam quase a ser etéreos. Como anjos, mas anjos que certamente não iam me levar pra nenhum lugar bom.

"O próprio."

"Somos do FBI, queríamos fazer algumas perguntas ao senhor."

Fala a mulher, desinteressada. Ambos mostram os distintivos.

"Hummmm... tá bem, então. Podem entrar."

Eles se sentam no sofá, e eu me sento na poltrona de frente pra eles.

"Eu sou Hazel, e essa é Cha-Cha. O senhor não precisa se preocupar, senhor Way, não está incriminado em nada."

Isso me deixa um pouco mais tranquilo, porque apesar de eu ter total certeza de que o FBI tinha coisa mais importante pra fazer do que caçar gente que consume maconha, eu tava com o cu na mão com relação à isso.

"Nós sabemos que o senhor voltou recentemente de uma viagem ao Afeganistão por... motivos médicos..."

Uau. Quando aqueles idiotas conspiratórios da faculdade me falaram que o FBI sabia tudo de cada um de nós, eu realmente pensava que a vodka tinha atingido os cérebros deles... acho que acabei de perder uma aposta pra Alex Gaskarth e Jack Barakat, o FBI realmente sabe tudo sobre todo mundo.

"Prossigam."

Murmuro. Cha-Cha e Hazel se entreolham. A mulher se pronuncia primeiro após o silêncio:

"Senhor Way, eu vou ser franca. A empresa na qual o senhor esteve acomodado, BL/ind, é uma empresa terrorista que mantém um prisioneiro do nosso pessoal que é muito valioso para nós."

Apoio meu queixo nos nós dos dedos e fito o pé da mesa enquanto analisava a fala. Eu sabia que era uma pegadinha, só tava esperando o momento sério pra rir da cara deles.

"Prossigam."

"E, como o senhor é o único cidadão dos Estados Unidos que já entrou e já saiu daquela empresa, gostaríamos de pedir a sua ajuda para resgatar nosso prisioneiro."

O homem diz, olhando nos meus olhos por mais que eu não olhasse nos dele.

Espera. Se isso era uma pegadinha, como eles sabiam sobre o câncer? Eu tinha certeza de que Mikey ou Frank nunca contariam uma coisa dessas.

ESSA PORRA É SÉRIA?

"Nós vamos deixá-lo na fronteira do Afeganistão com o Paquistão com um carro, suprimentos e armas. Tudo o que terá que fazer é cruzar o país, resgatar o prisioneiro e voltar ao ponto inicial, onde um helicóptero o esperará para levá-los de volta para cá. É uma tarefa simples, sem muitos riscos."

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora