Chapter seventy five- Frank Iero

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"Você não só quebrou o nariz dele, Frank, você abriu a porra de um buraco na cara dele. Um buraco."

Meu olhar estava fixo no vidro, observando o mundo lá fora enquanto roía a unha do meu dedão e escutava Gerard tagarelar sobre como eu quase matei o tal Gustav não sei o quê.

"Você tá me escutando?"

"Gerard, ele... eu falei pra ele parar, você tava claramente com problemas pra respirar..."

"Eu estava bem."

Olho pra ele com cara de tacho.

"Okay, talvez eu não estivesse 100%, mas qual é, Frank. Essas coisas acontecem. Não é porque eu tenho falta de ar de vez em quando que eu vou parar de fazer as coisas."

"Bom, se você prefere tratar como simples falta de ar, tudo bem. Os pulmões são seus, de qualquer maneira..."

Murmuro, sem olhá-lo, e okay, talvez minha voz tenha soado um pouco mais amarga do que pretendia.

Gerard suspira.

"Mesmo assim, isso não justifica. Eu consigo me virar sozinho. Você não precisa praticamente matar as outras pessoas pra "tentar me proteger", tá legal?

Finalmente me viro pra ele.

"Você não entende! Gerard, eu disse pra você parar, te pedi isso. E você me ignorou. Você ignorou completamente o meu direito de me preoucpar, de cuidar de você!"

Exclamo, tentando mostrar o quanto aquilo havia me deixado magoado.

"Era apenas uma gravação. A gente podia fazer em mais de um take e ninguém ia perceber."

Ele suspira. Sabia que eu estava certo.

"Olha, okay. Eu admito. Eu posso ter dado uma leve exagerada, mas o que você fez foi muito sério, Frank."

Respiro fundo e torno a encostar a testa no vidro da janela. Gerard não ia parar com essa ladainha até que eu me estressasse de vez com ele, então nem valia à pena argumentar.

Mas não foi com essa incapacidade de comunicação que mais me deixou puto. Não, eu fiquei mais puto com o fato de ter capturado com o canto do olho Gerard tirando a mão da marcha do carro e a pairando sobre a minha, que estava encostada no meu próprio joelho, à uma distância segura para que eu não sentisse a irradiação de seu calor natural.

Com o canto do olho, fito sua mão parada ali, tentando encontrar uma maneira de segurar a minha, mas ele agia como se tivesse uma redoma impenetrável ao redor da minha perna. Ele parecia em uma batalha interna para resolver se deixava sua mão cair e entrelaçava os dedos nos meus ou a puxava.

Para o meu desprazer, Gee escolheu recolher sua mão, e, como eu disse anteriormente, esse foi o motivo de eu ter ficado mais puto.

Essa foi a gota d'água pra mim.

"Para o carro."

Falo, imediatamente me endireitando no banco. Não dava mais. Não. Nop. De jeito nenhum. Se ele não conseguia sequer me tocar, então eu não fazia a mínima ideia do que estava fazendo ali. Eu deveria sair.

"O quê!?"

Ele pergunta, desviando o olhar rápido pra mim e então de novo pra frente pra que não batesse com o carro.

"Eu vou sair. Para o carro. Posso ir andando pra casa."

"Frank, eu não vou..."

"Para esse carro agora, Gerard. Eu tô mandando. Vou pra casa andando."

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora