Chapter seventy four- Frank Iero

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Seria uma calúnia dizer que eu passei mal depois de beber vodka e cerveja.

Eu basicamente entrei em estado de pufetração interna, e se não fossem pelos poucos remédios pra dor de cabeça que eu guardava na gaveta da cozinha, eu com certeza teria sucumbido à enxaqueca. Eu não consegui dormir a noite inteira, então eu fiquei alternando a madrugada inteira entre chuveiro, cama e sofá.

Quando comecei a me sentir um pouco melhor, eram por volta de meio-dia, então resolvo ligar para Gerard, julgando que ele já estava acordado.

"Alô?"

"Alô, Frank? Você tá melhor?"

Esfrego o olho, suspirando.

"Yeahhhh... eu tô um pouco."

Ouço o ruído aliviado dele do outro lado da linha.

"Que bom... você comeu alguma coisa hoje? Você dormiu bem? Como estão as coisas por aí?"

Me sento, pois reparo que a conversa ia ser longa com ele tão preocupado.

"Calma, uma coisa de cada vez, meu cérebro ainda não tá funcionando bem sozinho."

"Certo. Você dormiu bem?"

"Bom... não se dá pra ter pesadelos quando você não dorme, certo?"

Eu estava exausto demais para dar à ele qualquer coisa que não fosse a sinceridade cômica. Minha cabeça estava muito satirada pra sequer pensar em uma mentira que fizesse sentido, cansada demais até para projetar um "sim" o mínimo convincente possível.

"Pera... tipo, nada?"

"Uhummmmmmmmmmmmmm..."

Fungo e batuco com os dedos no tampo de vidro da mesa.

"Ah, Frank... você deveria ter dormido... você passou tão mal que não conseguiu dormir...?"

"Próxima pergunta."

Interrompo. Fecho os olhos.

"Comida. Você comeu desde que eu te deixei aí?"

Suspiro. Yeah, ele vai encher o saco.

"Não, mas eu não tô com fo..."

"Porra, Frank. Você ia se sentir melhor se você comesse... é por isso que ficou tão bêbado. Você não comeu nada desde o almoço de ontem, né? Deus... quer que eu vá aí fazer alguma coisa pra você comer?"

Deito o rosto na mesa, o telefone no viva-voz ao meu lado.

"Não..."

Gemo. Ele tava sendo super fofo e tals, mas porra, eu tô morrendo. Só me deixa fazer isso em paz.

"Enfim... que dia vocês marcaram de gravar no estúdio daquele Jean alguma coisa...?"

"Geoff. Geoff Rickly."

"Que seja. Que dia vocês marcaram?"

"Bem... a gente marcou pra hoje, mas como você está dessa maneira, a gente vai deixar pra gravar as músicas que você toca outro dia."

Solto um gemido de desanimação e me levanto.

"Tudo bem, Frankie... não tem problema a gente dividir as gravações... é sério. Todo mundo entende que você tá mal..."

"Nop. Chego aí em quinze minutos."

"QUÊ?!"

"Para de gritar, minha cabeça tá explodindo."

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora