Chapter seventy seven- Gerard Way

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Acordei numa cama que não era minha naquele dia. Não podia negar que acordei com um sentimento gostoso no peito, era como se estivesse mais leve, e muito menos tenso. Sabia que era porque ele estava ao meu lado. Eu não fazia ideia do que aconteceu ontem, mas aparentemente, eu e Frank nos reconciliamos. E talvez aí viemos pra casa dele.

Isso até eu abrir os olhos.

Quando olhei ao redor, o sentimento bom tinha imediatamente deixado meu peito. Não era ele quem estava ali, era Bert.

Meu Deus, eu transei com o Bert.

E por que eu me sentia tão bem?

Claro, eu me sentia culpado, mas fora isso, eu me sentia uma maravilha. Fora também a dor de cabeça por conta da bebida de ontem, eu me sentia ótimo.

"Puta que pariu..."

Murmuro, cobrindo os olhos. A minha vida conseguiu ficar ainda mais impossivelmente complicada.

Infelizmente, minha reclamação acordou o cara ao meu lado, que se mexeu e espreguiçou antes de sorrir pra mim.

"Bom... aqui estamos novamente..."

Ele murmura, passando os dedos pelo meu peito. Engulo em seco. Querendo ou não, eu tinha que lidar com a realidade.

"Quantos anos se passaram? Vinte? Merda, eu tô ficando velho..."

Comento, ele ri e encosta o queixo no meu ombro.

"Você não parecia velho ontem..."

Por mais que eu não quisesse, sorrio com isso. Estava começando a me lembrar da época do último ano, em que conheci Bert e entramos naquele romance louco que terminou durante a faculdade.

Ele se apoia nos cotovelos e me olha, franzindo as sobrancelhas. Seu sorriso vacila um pouco.

"Tá... tudo bem? Você parece... sei lá, estranho."

Ah, não me diga?

Eu sabia que seria maldade dizer isso, Bert não sabia da existência da relação entre mim e Frank. Pra ele, eu era solteiro, e como agi como solteiro, ele... ele não estava errado. O babaca era eu.

O babaca sempre fui eu.

Mas eu não podia contar a ele. Não podia contar a Bert que na real eu meio que ainda estava namorando Frank. Digo... nós não temos nenhum tipo de contato carinhoso há um ano. Quero dizer... se ainda tínhamos alguma coisa... eu... bem, não importa agora.

"Nah, eu tô bem."

Tusso. Minha garganta estava seca por algum motivo, e eu começo a me sentir um pouco ansioso... era como estar louco de vontade para fazer algo, mas não sabia o que era.

Bert se vira de lado, e eu o ignoro um pouco, tentando descobrir de onde vinha aquele sentimento, e o que eu sentia tanta vontade de fazer. Inexplicavelmente, me lembro dos meus tempos de Ensino Médio e faculdade de novo, e tudo é explicado quando ele se volta pra mim

"Vai?"

Bert diz, empurrando um cigarro aceso para a minha mão. Franzo a testa.

"E-eu... eu fumei ontem?!"

Ele dá de ombros.

"Eu não fui mal-educado o suficiente pra não te oferecer um cigarro."

Engulo em seco. O homem continua:

"Relaxa, Gerard... nem sei por que você parou de fumar. Somos jovens, estamos bem. Não é como se a gente fosse ter câncer ou algo assim."

Me esforço para não estremecer. Ele não fez por mal. Mas por que câncer continua sendo uma piada tão recorrente? Não é nem um pouco engraçado.

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora