Chapter fifty two- Frank Iero

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Derrubo dois livros quando vou correndo atender o telefone.

"Alô?"

Deveria ser uma cena cômica: um anão, só de cueca e uma blusa que caía em um ombro, debruçado sobre a mesa de jantar pra atender a porra de um telefonema que com certeza era da empresa de água.

"Frank? É o Mikey."

Ou não.

Suspiro.

"Mikey, eu tô no meio de uma semana de provas... é muito importante?"

"Hummmm... é."

Puxo uma cadeira e me sento. Eu tinha medo de Gerard ter tido uma recaída. Eu estava conseguindo conversar com ele nas últimas semanas, da última vez em que nos encontramos, ele até deitou em cima do meu colo! Eu lembro que naquele momento, eu fiquei morrendo de medo dele sentir o quanto meu coração batia acelerado, ou o quanto minhas mãos tremiam enquanto tocavam o cabelo dele, mas aparentemente o ruivo não reparou.

"Então fala."

Mikey me explica a história mais doida que eu já ouvi, envolvia FBI, Afeganistão, armas, um prisioneiro, uma base militar, deserto e vinte mil dólares.

"Pera, quanto?"

"É, MANO. VINTE MIL PRA PEGAR UMA PESSOA!"

Ele berra, e aquilo não me ajuda com a dor de cabeça que me perseguia a semana inteira. Esfrego os olhos e suspiro.

"Você tá tirando uma com a minha cara, né, Mikey? Eu já falei que eu tô estudando, e essas provas são importantes..."

"Para de ser besta, seu anão rabugento. Eu tô falando seríssimo! Tem a chance de a gente não sair vivo dessa, e tals..."

"Pera, quê?"

"Yeaaaaaah, mas relaxa, a gente vai. É só que tem a chance de a gente morrer lá, mas isso só deixa tudo mais divertido, né?"

Olho a mesa incrédulo.

"Frank?"

Eu desligo nesse exato momento, e levo apenas alguns segundos para achar e vestir as minhas calças. Além daquela blusa estar um pouco suja de molho (e provavelmente de porra), ela até que estava aceitável, então eu nem me preocupo com ela a medida que pego as escadas até o estacionamento e entro no carro. Eu levava uns dez minutos pra ir até a casa dele, entretanto, faço esse caminho em quatro.

Mikey abre a porta, e eu passo por ele sem dizer nada, e vou andando a passadas rápidas pela escadaria até o quarto de Gerard. Por sorte o anorexo não me segue.

"O que. Você. Acha. Que. Está. Fazendo? Aquela porra é séria?"

Eu pergunto, a raiva na minha voz, assim que vejo Gee na cama, com uma revista em quadrinhos e os óculos destinados apenas para leitura.

"Primeiramente, bom dia."

"Não brinca comigo, Gerard. Você vai se arrepender de fazer isso."

Falo, enquanto fecho a porta. Sinceramente, acho que ele nunca tinha me visto tão puto assim na vida. Claro, houveram as brigas antes dele se internar no hospital, mas eu acho que elas não chegavam ao meu estado de espírito agora. O olhar de Gee estava até um pouco assustado, mas ele escondia bem.

Era bom ele estar assustado.

"Okay, diga-me o que está havendo, Zangado, e por que não trouxe os outros anões?"

Olho pra ele, puto da vida, e lhe aponto um dedo.

"Você é um filho da puta desgraçado, que não dá a mínima pros sentimentos dos outros."

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora