Chapter three- Frank Iero

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Olho pros dois lados antes de atravessar a rua, e respiro fundo antes de adentrar os portões da escola.

Tinha sido... muito legal da parte de Gerard ter me deixado ficar na casa dele. Aquilo fez meu final de semana. Eu quase pensei que estava tudo bem.

Daí eu voltei pra casa no sábado de manhã, fazendo pouco barulho pra não acordar a minha mãe e ela pensar que eu tinha dormido em casa, mas lá estava ela, sentada no sofá, com um cigarro em mãos.

"Eu... tava na casa de um amigo."

Não era mentira.

Linda me olha com o rosto sério, mas depois cai na gargalhada como se eu tivesse dito a piada mais hilária da face da terra.

"Você não tem amigos, Frank. Onde caralhos você estava?"

Mas fora isso, sábado eu passei o dia no quarto, assim como domingo, apenas saindo em horários que eu sabia que minha mãe cochilava para pegar comida, porque o meu estoque de salgadinhos e outras merdas tinha acabado. Eu tinha que comprar mais.

No final de domingo, faço o dever de casa, leio o livro paradidático do momento (Clockwork Orange. Um livro maravilhoso, inclusive. Eu leria isso aqui quatro vezes se eles pedissem), jogo videogame até umas dez horas, e depois vou dormir.

E daí é segunda, o dia em que o inferno recomeça.

Eu ainda estava surpreso pelo fato de Emerson ter me seguido até a loja de Gee, e depois ter entrado lá pra me procurar.

Não que à essa altura eu duvidasse que ele não fizesse qualquer coisa. Nenhum deles, na verdade.

Não depois de tudo o que aconteceu.

Se alguma coisa acontecesse... se eles fizessem alguma coisa com Gerard, eu jurava que ia matar eles. Não me importa se fosse a última coisa que eu fosse fazer. Apenas eu tinha que ser prejudicado com isso. Não era justo que as pessoas que realmente se importavam comigo saibam ou saiam perdendo com isso.

Balanço a cabeça e permaneço tomando cuidado. Tá, eu só precisava chegar na sala do Sr. Bauer. Aí tudo ia ficar bem até o intervalo.

"IERO!"

Merda, eles me acharam. Não não não não. Eu tava quase conseguindo...

Penso em correr, mas eu sabia que ia ser pior se eu tropeçasse e caísse, e pior ainda se eu ignorasse, então apenas respiro fundo antes de me virar pra encará-los.

Emerson já estava se aproximando de mim, e me pega pela manga da camiseta, me levantando e batendo com as minhas costas na parede.

"Onde você estava?"

Ele levanta uma sobrancelha pra mim.

"Responde!"

Engulo em seco e tento me segurar em qualquer irregularidade na parede pra me apoiar.

"E-e-eu... eu tava em casa... eu tava em casa, eu juro!"

"Mentira. Eu vi você, Iero. Eu vi você indo pra uma loja de gibis. Quantos anos você tem? Cinco?"

"Talvez ele só tivesse ido lá pra ficar com aquele gordão, Emy. Tu não disse que tinha outro cara lá?"

Provoca Remington, rindo. Ele e Sebastian estavam me cercando completamente agora.

"Será que é isso? Você tá deixando ele foder você, Frankolino? Awwwwn... vocês vão casar? Quem é a mulher da relação? Aposto que é você."

Merda, merda, merda. Eles não podiam falar de Gerard dessa maneira! Ele não era gordo, isso não era justo!

Mas não tinha ninguém que pudesse impedir. Eu odiava isso, mas ninguém estava lá para impedir, o corredor estava vazio, e eu estava sendo pressionado contra a parede por teês garotos mais velhos, mais altos e mais fortes que eu.

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora