Chapter nine- Gerard Way

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"PUTA QUE PARIU, MIKEY, QUE NOJENTO!"

Falo quando meu digníssimo irmão pega um salgadinho do chão e come.

"Cala a boca, Gerard. Regra dos cinco segundos, o que não mata, engorda."

Reviro os olhos.

"Eu tinha esse mesmo pensamento. Olha como eu tô agora."

Eu e Mikey caímos na gargalhada. Eu realmente detestava o meu peso, mas ele estava lá. Eu pelo menos podia fazer piada dele.

"Puta, mano... tá chovendo pra caralho, né? Eu tenho pena do entregador de pizza."

Ouço Mikey dizer, e eu concordo de levinho com a cabeça.

O tempo tinha aberto, mais cedo, quando eu estava com Frank, mas voltara à fechar por volta das seis da tarde, e agora parecia que Deus tava vendo Titanic, porque puta que pariu, que chuva.

Ele dá de ombros e nós voltamos ao video-game.

"Tu acha que a luz vai acabar, mano? Vai ser foda comer no escuro."

Faço careta e balanço a cabeça.

"Naaaah... o chuveiro já queimou, o universo não pode foder tanto com o nosso rabo assim, né?"

"Não conte com isso. O universo é um filho da puta."

Gargalho.

"Caralho, Mikey, quando você começou à ser tão pessimista?"

Quando ele ia responder com alguma coisa bem sarcástica, a gente escuta a campainha tocar, e eu me levanto.

"Deixa que eu vou lá. Vai buscando os pratos no armário."

Fecho o casaco mais ao redor do meu corpo, porque mano. Hoje tá frio hein.

Quando eu destranco e abro a porta, no entanto, eu só sinto um corpo desabando em cima de mim.

Um corpo pequeno, magro, e muito, muito frio.

"FRANK?!"

Arquejo e seguro ele melhor pro garoto não cair e arregalo os olhos. Puta que pariu, ERA ELE MESMO.

"Frank! Frankie, caralho. O que você tá fazendo aqui?!"

Ele não me responde, tava tremendo pra caralho, eu... eu acho que ele desmaiou.

Tá, ele desmaiou, porque ele não podia estar morto. Frank  Iero não podia ter acabado de morrer na porra da minha frente, eu me recuso. Eu vou pro inferno pra buscar ele, e ainda dou umas porrada no capeta, porque aparentemente, segundo os valentões do ensino médio, eu chupava o pau dele.

"Frank, fala comigo. Olha pra mim!"

Fecho a porta e me sento no chão junto com o garoto. Meu Deus, meu Deus.

"MIKEY! TRÁS UMA TOALHA!"

"O quê?! A pizza molhou?!"

Tiro o cabelo do rosto de Frank. Os lábios dele estavam azulados.

"MIKEY, PEGA A PORRA DE UMA TOALHA PRA MIM AGORA!"

Por sorte, Mikey ouve o extremo desespero na minha voz e não faz mais perguntas. Eu tento abraçar o pequeno garoto encharcado pra tentar esquentá-lo, mas ele não parava de tremer. Frank já era pálido, mas agora...

Eu tinha que colocar ele debaixo do chuveiro quente e... MERDA. O CHUVEIRO QUEIMOU.

"Meu Deus... puta que pariu... MIKEY, TRÁS LOGO A MERDA DA TOALHA!"

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora