Chapter eighteen- Gerard Way

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Frank estava estranho.

Quero dizer, Frank definitivamente não era normal (é por isso que eu gosto dele, porra), mas ele estava usando alguma droga, porque não é possível. Frank estava muito esquisito.

Ele estava animado. Não que ele já não fosse todo dia, mas agora ele estava quase insuportável (mentira, passa longe disso, mas parecia que ele tava puxando uma carreira de cocaína de cinco em cinco minutos). Ele se transformou no tipo de cara que está de pé pulando por aí às oito da manhã de um sábado.

Deixe-me ser mais específico: Frank tava batendo na minha porta às FUCKING OITO DA MANHÃ DE UM FUCKING SÁBADO.

Ele deu sorte, porque só não ficou trancado até meio-dia do lado de fora da minha casa porque Mikey se tornou um animal noturno ultimamente, e portanto estava acordado à essa hora.

Mas eu tive uma bela (põe bela nisso) surpresa ao acordar, me levantar com a cara toda amassada e reparar que o pigmeu estava sentado no meu sofá.

E ele também tava treinando pra alguma coisa. Vira e mexe eu o via trocando uma guitarra imaginária no carro, quando eu o pegava na escola, e se eu perguntava, ele hesitava antes de dizer que era pro bar.

Okay, ele estava mentindo.

Eu não gostava quando Frank mentia pra mim.

Porém, chegara o dia do meu aniversário, que milagrosamente havia caído num domingo, então eu poderia dormir até mais tarde.

Exatamente. Poderia. Porque Mikey me acorda às dez da manhã.

"Anda logo, Gerard. Você não pode dormir até meio-dia no seu aniversário. Você vai perder a metade do dia!"

Bufo e me levanto, porque eu sabia que ele não ia parar de me encher o saco.

Por volta de umas quatro horas da tarde, ouço a campainha tocar, e assim que a abro, o anão pula em mim. Como eu não estava esperando, nós dois vamos ao chão.

"PARABÉÉÉÉÉÉÉÉNS!"

Gemo de dor quando meu traseiro atinge o chão, porque ai. Isso dói.

Frank ri. Ele tava em cima de mim, e eu percebo mais uma vez que o pigmeu não pesava nada.

"Ai, Deus. Arrumem um quarto! Eca."

Exclama meu irmão, quando passava pela sala para ir pra cozinha.

"Cala a boca! A gente não tá..."

Mas se bem que Frank tinha caído bem em cima de mim. Tipo, bem em cima mesmo.

Ele parece reparar nisso ao mesmo tempo que eu, e rapidamente se põe de pé, estendendo a mão para me ajudar à levantar também. Frank coça a nuca, desconcertado.

"Enfim... aaaahmmm... eu tinha um negócio pra te mostrar..."

Levanto uma sobrancelha.

"O que é?"

"É... bem. É o seu presente de aniversário."

Minha expressão se suaviza.

"Ah, Frankie... Não precisava..."

"Claro que precisava."

Ele me interrompe, dando de ombros em seguida.

"É o teu aniversário. Você fez a mesma coisa por mim no meu. Bem, você fez melhor, mas... enfim. Vem comigo. Eu tenho uma coisa pra mostrar pra você."

Frank dá meia-volta, e eu só tenho tempo de berrar um "MIKEY, VOU SAIR" antes de seguir o pigmeu pra fora.

Acho aquilo estranho, porque ele nunca havia me levado pra casa dele... acho que era por causa da mãe, mas o anão havia me garantido que ela não estava lá hoje.

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora