Chapter fifty eight- Frank Iero

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Me viro pela décima oitava vez na cama.

Depois do ataque na sala de mapas, obviamente, Gerard foi punido por meio que começar a briga (por mais que eu tivesse o defendido e falado que Val o provocou até o limite), e teve que limpar privadas por uma semana.

Ficou meio difícil sem a ajuda dele para terminar de traçar as rotas, mas resolvemos ir pelo caminho mais longo. Nós novamente fizemos a conta dos recursos que iríamos levar, separamos as armas, as jaquetas, testamos o carro, e finalmente estávamos prontos.

Nós íamos viajar amanhã. Pegaríamos o avião, e a prevista de tempo de viagem era de mais ou menos 16 horas.

Eu nunca tinha viajado de avião na vida, sinceramente tava com medo disso. Eu sei o que você vai dizer: "é mais perigoso viajar de carro do que de avião", mas porra, eu vou pra faculdade todos os dias de carro, não de avião.

Olho pra cima, pra cama de Gerard. Ele parecia estar adormecido, e eu não culpava ele. Eu também dormiria pra sempre depois de uma semana de limpar privadas.

Eu queria deixá-lo dormir, mas quando me vejo, eu já estou levantado, na ponta dos pés, sacudindo o braço dele com delicadeza.

"Gerard? Querido..."

Eu sussurro. Gee demora mais alguns segundos, mas acorda.

"Uhhhh... Frank? O que foi? Aconteceu alguma coisa?"

Engulo em seco.

"Não, é que... seria pedir muito você dormir na minha cama hoje?"

Ele esfrega o rosto e olha ao redor.

"Frankie... Ray pode..."

"Por favor. Ele não vai se importar só por hoje. Ele nem vai ver, já viu como ele é grogue quando acorda? Ele não vai nem nos ver juntos."

Interrompo, talvez um pouco rápido demais, e mordo o lábio. Gerard suspira.

"Okay, tudo bem. Sai daí que eu vou descer."

Balanço a cabeça e volto pra minha cama. Gerard coloca as pernas pra fora, e eu prendo a respiração quando ele quase cai, mas consegue se manter de pé, rapidamente se enfiando debaixo dos lençóis junto comigo.

A cama era bem espaçosa pra uma pessoa, principalmente pra mim, que sou magro e pequeno, mas certamente não foi projetada pra abrigar dois, de maneira que eu tenho que ficar praticamente em cima de Gee para que nós dois coubéssemos no colchão.

Era estranho, descontando a noite em que ele chegou de viagem, nós não dormíamos juntos há praticamente três anos. Demoramos bons minutos para nos ajeitar, mexendo braços e pernas, esbarrando rostos e trocando de posição até que encontrássemos um jeito confortável para os dois, com os braços dele ao redor da minha cintura, minha bochecha em seu peito e seu queixo no alto da minha cabeça. A posição era igual à qual nós sempre nos deitamos, mas mesmo assim, parecia tão diferente...

"Eu senti saudade de dormir com você."

Ele diz, e eu sorrio.

"Ah, é?"

"Yeah... na verdade, foi uma das partes mais torturantes de tentar me afastar de você... foi difícil voltar a dormir sozinho depois daquela primeira noite..."

Engulo em seco, olhando pra um ponto fixo no pé do outro beliche. Eu sabia do que ele estava falando, saboreei da mesma experiência na época.

"E... o que você fez?"

Ele dá de ombros.

"Eu não dormi. Eu ficava me revirando nos lençóis, depois me levantava e ia fazer outra coisa, desenhar, cozinhar... sei lá. Algo complicado, que me cansasse tanto que eu poderia dormir em qualquer lugar."

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora