Chapter eighty five- Frank Iero

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"Merda!"

Mikey exclama quando pisca, e Bob sorri, vitorioso.

Tínhamos o conseguido logo depois de Matt. A gente literalmente colocou um anúncio no jornal, então esse pseudo-alemão de cabeça raspada apareceu vindo de Chicago e simplesmente mostrou que mandava bem pra caralho na bateria.

Olho meu relógio pela sétima vez e me levanto.

"Chega. Eu vou atrás dele, o café da manhã vai acabar em vinte minutos."

Mikey suspira.

"Senta aí, Frankie... se ele perder o café, a culpa é dele. Deixa aprender sozinho."

Nego, puxando minhas calças para cima. Me pergunto por que elas estavam mais apertadas há apenas duas semanas atrás, e agora pareciam que tinham aumentado quilômetros, mas talvez o problema fosse eu.

"Nop."

"Quer que eu vá?"

Ray pergunta, compreensivo. Respiro fundo, balançando a cabeça de um lado para o outro de novo.

"Vocês que já acabaram, já vão levando as coisas pro trailer, não fiquem aí parados. Quando voltar, quero ver tudo pronto, pra que a gente apenas coloque as malas do Gee e meta o pé pra Columbus."

Digo logo antes de me afastar. Depois de Columbus, sairíamos de Ohio e iríamos para Michigan, Indiana, Illinois... e assim iríamos por toda a divisa Estados Unidos-Canadá, depois pegaríamos o meio até voltar para Jersey de novo.

Subo as escadas de dois em dois degraus até o segundo andar. O quarto de Gerard era a única porta do corredor da esquerda, então me surpreendo muito quando trombo com um garoto de mais ou menos vinte anos assim que viro a curva.

"Quem é você?"

Ele olha pra mim de cima à baixo, franzindo o lábio em desdém.

"Pois eu te pergunto a mesma coisa, peça de pebolim."

Reviro os olhos.

"Só sai da minha frente, tô atrasado."

Tento contorná-lo, mas o garoto se joga para o lado.

"Não. Pra onde você tá indo, arquiteto de lego?"

Levanto o olhar com uma cara que faria até o capeta sair correndo, mas o moleque não se mexe.

"Isso não interessa a você, pirralho."

Ele faz um biquinho de deboche.

"Ui... o chaveirinho tá putinho? Vai ficar vermelho, Catatau?"

Sabe, se eu não me engano, havia um ditado que dizia "o garoto pode até deixar o bullying, mas o bullying não pode nunca deixar o garoto."

"Quem é você, afinal?"

" 'Isso não interessa a você, pirralho.' "

Fala, imitando a minha voz de uma maneira horrorosa. Massageio o encontro da minha testa com o meu nariz e suspiro. Eu tava começando a perder a paciência com esse garoto. Nesse exato momento, considero a ideia de apenas seguir o que as vozes na minha cabeça diziam. Imagino como seria arrancar pelinho por pelinho das sobrancelhas bonitinhas dele, depois arrancar os olhos, e quebrar cada um dos dedos, daí quebrar os braços e as pernas.

"Olha, eu tenho que partir no máximo em trinta minutos. Tenho que levar meu melhor amigo, que está no quarto bem atrás de você, e aposto que ele nem fez as malas. Poderia, então, por favor, sair do caralho da minha frente?"

A expressão de deboche dele é substituída por uma de dúvida.

"Ué, você tá falando do Gerard?"

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora