Chapter ninety four- Gerard Way

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As próximas semanas foram uma loucura. O pessoal não tinha ideia do quanto tinha planejado tudo, não faziam a menor ideia de quantos detalhes ainda faltavam, e seria um eufemismo dizer que ficaram irritados com o meu mais novo Transtorno Obsessivo Compulsivo com o assunto em geral.

"Você quer que a gente use isso? Pensei que a ideia era ser uma banda marchante, não um desfile de escola de samba."

Reviro os olhos com o comentário do meu irritante irmão mais novo e ponho as mãos na cintura.

"Qual é, Mikey, vai ser legal, e aliás, você vai ter uma medalha."

Ele aperta o olhar.

"Por que eu vou ter uma medalha?"

"Ora, porque você morreu em The Ghost Of You, lembra? No clipe."

Ele suspira.

"Às vezes esqueço que você vem planejando essa merda desde o início..."

O loiro-agora-moreno balança a cabeça. Mikey havia pintado o cabelo há algumas semanas e voltado a usar lentes de contato. É sempre um baque toda vez que faz isso, porque sem os óculos quadrados, ele parecia uma pessoa completamente diferente, tipo, ao ponto de você não reconhecer.

"Tá, e você teoricamente é o Paciente, então vai fazer o que? Raspar a cabeça?"

 Me viro para Bob, com as sobrancelhas juntas.

"Como é que é? De onde você tirou isso?"

"Gerard, eu tenho cara de pastel?"

Frank abre a boca, sem tirar os olhos da Fangoria que estava lendo, mas o loiro levanta a mão para impedir o comentário sarcástico que estava por vir.

"Você é o ser mais egocêntrico que já existiu, tudo o que fez por dois anos foi pra aumentar o seu próprio ego, por mais que não lembre disso por conta da quantidade absurda de drogas que usou nessa época, e, além do mais... bom, vocês usaram drogas, os dois tavam tentando afastar a namorada até quatro meses atrás... cê acha mesmo que eu não ia reparar?"

Ele diz, ofendido. Beleza, Bob não é tão burro quanto eu imaginava. 

Engulo em seco, pelo menos ele não sabia que a história toda era verdade. Finjo uma cara de decepção.

"Hummmmm... pois é, cara, mals... mas não. Eu não vou raspar o cabelo. Eu gosto dele. É a única coisa que me faz ser bonito."

Frank sopra uma risada no canto, enquanto folheava a revista.

"Vai fazer o que, então?"

Sorrio.

"Eu vou pintar de branco."

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"Tem certeza de que você não quer ir em um cabeleireiro profissional, Gerard?"

"Nah, deixa de besteira, filho. Isso vai dar certo, eu entendo dessas coisas."

Nego, eu não tava afim de pagar um salão caro só pra pintar a porra do cabelo. Sempre pintei em casa, e agora eu tinha Linda pra me ajudar. Ela até arrumou água oxigenada de graça. Isso vai ser molezinha. 

Frank para de joelhos na minha frente, olhando nos meus olhos com uma expressão genuinamente preocupada, segurando minhas mãos.

"Gee, querido, isso não vai dar certo. Seu cabelo tá preto, e você quer passar pro branco com água oxigenada? Escuta o que tô te dizendo, não vai funcionar."

Seguro sua bochecha, sorrindo com delicadeza antes de lhe dar um selinho.

"Relaxa. Afinal, não vai ser algo instantâneo. Se eu reparar que tá ficando merda, eu paro e a gente vai por algum outro caminho, tudo bem?"

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora