Chapter thirty three- Frank Iero

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Gerard e eu tivemos uma discussão.

Tá certo que ela inevitavelmente acabou na cama, com um sexo selvagem e barulhento, mas isso ainda não anulava o fato de que eu e Gerard brigamos.

Se você está se perguntando o motivo de termos brigado, pois aí está:

Um dia, eu estava deitado com ele no sofá. Eu o olhava debaixo, já que minha cabeça estava em seu colo, e ele calmamente fazia cafuné em mim.

Até aí tava tudo normal, tudo tranquilo.

Mas eis que eu olho pro braço de Gerard. O braço dele estava esticado, e eu podia ver perfeitamente a dobra ali. Bem naquele lugar de onde tiram o seu sangue, sabe? Naquela dobrinha.

Bem ali, haviam furos. Literalmente falando, sabe? Parece que ele enfiou uma agulha múltiplas vezes ali.

Eu paraliso na hora. Obviamente, a primeira coisa em que eu penso é drogas. Mas Gerard não parecia drogado. Eu estive com ele nos últimos tempos, e quando eu não estava aqui, Mikey estava. Ele não poderia estar drogado.

"Frank? Alôôô? Terra chamando pigmeu."

Seguro o braço dele.

"Gerard...?"

Levanto o olhar, o fitando com intensidade. O sorriso de Gee também some na hora, e ele desvia o olhar, engolindo em seco.

O rosto dele... aquilo não foi acidental. Eu ainda tinha esperanças que ele criasse alguma história sem sentido pra tentar se explicar. Eu queria que ele fizesse isso, porque assim eu não precisava pensar que... que...

Que Gerard estava se auto-mutilando.

"Você... você não entenderia se eu te explicasse."

Me ponho de joelhos no sofá, olhando para ele.

"É claro que eu entenderia, Gerard. Eu já passei por isso."

Gee olha pra mim, e depois desvia o olhar de novo.

"Não. Isso é diferente."

Permaneço o fitando, esperando pacientemente. Ele suspira, e mantém seu olhar no chão.

"Eu... eu preciso perder o medo de agulhas, Frank. Eu vou viver sendo espetado a partir de agora. Eu não posso ficar surtando toda vez que eu vejo a porcaria de uma seringa."

Até aí tudo bem (não muito bem, mas relativamente bem), eu iria me sensibilizar, então o abraçar, e daí nós teríamos uma conversa emocionante, e então acabaríamos na cama, não necessariamente fazendo sexo, mas apenas... carinho, sabe? Só deitar na cama e literalmente não fazer nada.

Entretanto, não é isso o que acontece. Não acontece pura e exclusivamente porque eu sou um cuzão.

Taco uma almofada na cara dele e me levanto.

Eu era um puta dum cuzão.

"E então você decide começar à se furar?! Simples assim?! Gerard, isso não vai tirar o seu medo de agulhas!"

Exclamo, puto. Ele me olha como se não acreditasse no que eu estava dizendo.

Eu entendo ele, nem eu sabia.

Gerard se levanta também, a dúvida em seus olhos rapidamente se transformando em irritação.

"Você acha mesmo que você pode falar de mim? Sério, Frank? Eu não sabia que você era hipócrita. Sabia que você era teimoso, e que as vezes mente, mas não hipócrita."

Viro o rosto e instintivamente cruzo os braços para esconder os pulsos.

"É diferente."

"Ah, então agora é diferente?! Não me pareceu diferente pra você há tipo... vinte e cinco segundos atrás. Não parece diferente agora!"

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora