Chapter fifty five- Gerard Way

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Abro os olhos, encontrando com o teto branco na frente do meu rosto, a alguns metros de distância, e quase tenho um infarto quando olho pro lado.

Frank não estava em sua cama.

Me tranquilizo um pouco ao lembrar de que ele gostava de andar por aí durante a noite, ele me disse que fazia isso, então pulo silenciosamente pra fora da cama, apenas pegando um roupão, porque estava frio lá fora.

Tenho que andar apenas um pouco pra achá-lo depois que eu desço as escadas. Frank estava sentado no chão, encostado a uma parede e olhando a janela à sua frente. Seu olhar se vira pra mim ao me ver, e eu solto um sorriso tranquilo.

"Pesadelos?"

Murmuro, ninguém realmente ia nos ouvir, então eu não precisava falar tão baixo. Me sento ao lado dele, e rapidamente o anão se move para ficar encostado em mim. Tento ignorar o fato de ser apenas pra roubar meu calor.

"Yeahhh..."

Ele diz, colocando o rosto na minha clavícula. Acaricio sua lombar devagar.

"Quer conversar sobre isso?"

Frank solta um suspiro longo, se virando nos meus braços e ficando de costas para meu peito.

"São... horrores, eu não sei explicar direito, mas são esses horrores... são mais do que horrores, na real, são terrores... É como... eu sinto como se alguém estivesse segurando minha garganta e apertando..."

Ele gesticula, colocando a mão ao redor do próprio pescoço.

"E... e... eu... os sonhos... é tudo tão... real, e..."

Ele cobre o rosto, meio trêmulo e respira fundo. Beijo seu ombro devagar.

"Continua."

Frank estremece.

"Às vezes, eu vejo fogo, e às vezes, eu vejo pessoas que eu amo morrendo. É sempre..."

Ele morde o lábio.

"E eu nunca consigo acordar."

Ele fica em silêncio depois disso, e eu presumo que ele tinha terminado de contar. Eu não falo nada também, apenas deixo meu queixo perto da nuca dele e abraço sua cintura, meus dedos acariciando calmamente a pele do seu abdômen.

"Não vai fazer uma tatuagem aqui?"

Eu pergunto fechando os olhos. Ele dá de ombros.

"Provavelmente, quando nós voltarmos pra casa..."

"Hummmm... e o que vai ser dessa vez?"

Meu namorado dá de ombros novamente, agora pegando algo ao nosso lado.

"Não sei... vou deixar você escolher, o que acha?"

"Hummmm... parece bom... hey, aonde você conseguiu isso?"

Pergunto, apontando para a caneca em suas mãos.

"Ah, Ray me disse que a cozinha fica vazia a essa hora da noite, e que ele de vez em quando levantava pra comer alguma coisa... eu encontrei uns saquinhos de chá por lá, e até que ficou bom. Quer um pouco?"

Lembro um pouco tarde demais que detestava chá, e é preciso bastante força de vontade pra não cospir o líquido na cara linda dele.

"Só você pra gostar de chá mesmo... que merda aguada do caralho."

Ele ri, e voltamos para aquele silêncio confortável no qual estávamos antes. Ficar assim com Frank, apenas nós dois, apenas na ausência de som, no escuro, foi uma das coisas das quais eu mais senti falta. Essa posição, com ele entre os meus braços e pernas, as costas no meu peito e a cabeça inclinada pra trás, encostando no meu ombro, era simplesmente perfeita, principalmente com ele sendo menor do que eu.

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora