Chapter ninety seven- Gerard Iero

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Eu e Frank combinamos de tirar alguns dias após o casamento para descansar, e ter um tempo apenas para a gente. É claro que tínhamos muito trabalho a fazer no álbum ainda, mas concordamos em retirar um tempo pra nós, desde que Mikey tava puto comigo pelo simples fato de eu quase ter matado ele de porrada depois dele ter apostado o meu cu com os ex-namorados no dia do meu próprio casamento.

Além disso, após uma longa conversa sobre o assunto, eu e Frank percebemos que nunca realmente tivemos um tempo pra gente, sabe? Nunca teve um espaço de tempo em que focamos em nosso próprio relacionamento, e fizemos todas as coisas que a gente quisesse, em qualquer hora. Desde o início, eu estava preso ao meu emprego na loja de quadrinhos, e posteriormente ele passou a trabalhar no bar.

Foi aí que resolvemos que finalmente tiraríamos esse tempo. Era tão... libertador saber que tínhamos condições financeiras pra só ficar em casa por umas cinco semanas. A gente podia simplesmente não sair daqui por todo esse tempo, se quiséssemos. É claro que isso era apenas possível porque adiantamos bastante a nossa vida com relação ao álbum, porque se não fosse por isso, eu nunca me atreveria a propor a ideia.

No início foi legal. Não tinha lá muita coisa que a gente tinha vontade de fazer, então só transamos feito dois coelhos por alguns dias, e podia dizer que literalmente zeramos o kama sutra nesse tempo. Acho que se tivessem câmeras escondidas pela nossa casa, gravando 24 horas por dia, e a gente só postasse isso no porn hub, ganharíamos muito mais dinheiro do que jamais ganhamos com a banda.

Enfim, a gente transou pra caralho por uns três dias até eu começar a me sentir... triste. Tá, claro que não era tristeza... mas mesmo com Frank por perto, comecei a me sentir sozinho. É mais que óbvio que não contei isso pra ele, mas a cada dia que se passava, me sentia mais desanimado pra levantar da cama, e também sentia aquele sentimento de que algo estava faltando, o que era completamente irracional, já que quem propôs a ideia do tempo livre fui eu.

Foi aí que começou.

"Desista!"

Ele disse, o cano da arma pressionado contra meu queixo, me fazendo esticar o pescoço.

Estava prestes a cuspir em seu rosto quando olho ao redor. De repente, era como se Ray, Mikey e Frank não estivessem mais ali, e a única presente era Missile, sendo imobilizada por um Draculoid.

"Acabou, garoto."

Engulo em seco.

"Se entregue, e a deixo ir."

Volto meu olhar para ele.

"Ela vai sair daqui ilesa?"

"Sim. Tudo o que você precisa fazer é largar a arma."

A verdade é que já tinha passado por isso antes. Sabia que rumo as coisas tomariam, já estive nesse sonho diversas vezes antes. Lutar não adiantava de nada, mas talvez... talvez eu pudesse me render.

Talvez dessa vez, nesse sonho, em específico, fosse diferente se eu me rendesse.

Deixo meus dedos relaxarem, e a pistola vai ao chão. Korse sorri.

"Bom garoto."

E então o Draculoid atira.

Não acordo gritando ou me debatendo, mas sim com raiva e frustração. Era sempre assim, ele me dizia que a soltaria, mas a mata assim que solto a arma.

E eu sempre acredito nele.

Olho para o lado. Pra minha sorte, Frank permanecia dormindo tranquilamente ao meu lado, então tomo todo o cuidado para me levantar e me dirigir para a sala sem produzir um único som.

Never Coming Home | FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora