Me sentei no sofá esperando Diana aparecer na sala com a maletinha de primeiros socorros dela. Não demorou muito até ela chegar e se sentar ao meu lado. Diana colocou a maleta na mesinha de centro e pegou uma bola de algodão juntamente com um frasquinho branco com um líquido transparente dentro. Ela jogou o líquido no algodão e se virou para mim.
— Obrigada por salvar meu irmão. Sua missão sou eu, não ele. – Ela movimentava o algodão suavemente pelo corte.
— Gosto dele. Você não tem que agradecer.
— Tenho sim, sua missão é...
— Não penso em você como uma missão.
— Pensa como então?
Diana voltou a mexer na maleta de primeiros socorros e eu sabia que o momento com ela estava chegando ao fim. Precisava prolongar isso, mesmo que fosse apenas por mais alguns minutos.
Pressionei o corte com o indicador não demorou muito para voltar a sangrar novamente. Logo em seguida abaixei a mão como se nada tivesse acontecido.— Penso como...
— Como?
— Como uma garota mandona, teimosa, descuidada e completamente impulsiva.
— Já disse que não sou teimosa. – Ela riu.
— Já está sendo. – Sorri.
Diana finalmente percebeu a gota de sangue escorrendo pela minha testa. Rapidamente ela colocou mais um pouco do líquido em outra bola de algodão e começou a limpar o corte outra vez. Observei Diana enquanto ela estava concentradíssima em limpar meu ferimento. Seus olhos castanhos escuros estavam focados e sua expressão mesmo séria, não conseguia esconder a garota alegre e divertida que ela era; seus lábios, os quais Diana tinha o T.O.C de morder a parte inferior a cada 5 segundos, igualzinho como ela fazia naquele momento, me deixava completamente louco e com uma vontadequase incontrolável de beijá-la.
Perdido em meus desejos trancados e meu corpo tomando a vontade do meu subconsciente, por impulso segurei gentilmente o pulso dela. Diana abaixou o braço e me olhou com os olhos confusos.— O que foi?
— Já teve vontade de fazer algo que não deveria?
— Já senti vontade de explodir meu antigo trabalho.
— Não – sorri – digo em relação a alguém. Já teve vontade de fazer algo com outra pessoa, mas teve medo das consequências que isto poderia causar depois?
— Já. Umas duas vezes. Por que?
— O que te impediu?
— Sinceramente? – Diana olhou fixamente nos meus olhos. – Medo de perder.
— Perder o que exatamente?
— A pessoa. Medo de vê-la ir embora e não poder fazer nada para impedir. E você? O que te impede de fazer o que tem vontade?
— Medo também. Medo de ir embora e ter que deixar a pessoa aqui.
Deslizei minha mão do pulso dela até a mão de Diana. Ela me olhou com surpresa e eu achei que ela fosse me dar um tapa ou algo do tipo, mas ela fez algo que me surpreendeu: entrelaçou seus dedos nos meus. Ela olhou para nossas mãos e logo em seguida voltou a olhar nos meus olhos.
— Menti para você. Não foram apenas duas vezes. Foram mais. Muito mais. E você?
— Perdi as contas de contas vezes me segurei para não fazer o que tive vontade.
— Você está se segurando agora, Lucas?
Meu cérebro havia parado de funcionar, sentia meu coração bater rápido demais e tinha a maldita certeza que ela havia percebido que eu gostava dela. Não conseguia mais negar para mim mesmo o que Diana me causava, não queria mais esconder.
— Você não sabe o quanto. Toda vez que você está perto assim eu... sei lá, me sentir esquisito.
— Em relação a que?
— Em relação a você.
Desviei meu olhar para a maleta de primeiros socorros.
— Sinto tanta vontade de... – olhei para os olhos dela novamente – te beijar.
Coloquei a mão em seu rosto e nossos olhos se encontraram por um momento. Eu a puxei para mais perto, eu precisava fazer aquilo, então a beijei. Os lábios carnudos e macios de Diana se encontraram nos meus dando início a um beijo calmo e ritmado que me fez querer parar o tempo.
Mas eu não podia. Não podia misturar a missão com... com o que eu estava sentindo por ela, mesmo que não quisesse mais ignorar o que eu estava o sentindo, o que os dois sentiam. Tentei me levantar, mas Diana segurou meu braço, então me sentei novamente.— Eu sei que não deveria e eu tentei. Juro que tentei não sentir. Mas me sinto estranho quando você está perto, e mais estranho ainda quando não está. Você faz eu me sentir...
— Diferente? – Sugeriu.
— Exatamente. Eu sei que vou voltar para o céu algum dia mas...
— Lucas? – Interrompeu ela.
— O que?
— Você fala demais quando está nervoso.
Ela encostou seus lábios nos meus novamente. A sensação era ainda melhor do que da primeira vez. O beijo aumentou de ritmo e começamos a nos beijar com mais voracidade, o que me deixou um pouco quente.
Diana parou o beijo aos poucos e se levantou me puxando junto. Segurei a cintura dela e a trouxe para mais perto, colando seu corpo ao meu e dando início ao beijo voraz novamente.
Tirei o casaco dela jogando em um canto qualquer no tapete da sala. Ela começou a andar para trás em direção ao corredor. Peguei Diana no colo e a encostei na parede desviando minha boca para o seu pescoço. Ficamos ali por uns minutos trocando beijos e carícias até eu a pegar no colo novamente e a levar para o quarto.
Deitei Diana na cama arrancando a minha camiseta e a dela, mordi seu pescoço o que fez Diana se contorcer um pouco e soltar um gemido baixo. E foi ali que eu soube, que a noite seria boa.
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Anjo Meu
Fantasy🔹TRILOGIA ANJO MEU - LIVRO I🔹 "[...] ela estava concentradíssima em limpar meu ferimento. Seus olhos castanhos escuros estavam focados e sua expressão mesmo séria, não conseguia esconder a garota alegre e divertida que ela era; seus lábios, os qua...