XLVII - Fire ball

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A essa altura, o centro de São Francisco já tinha sido evacuado e virado um excelente campo de batalha para a cena mais clichê da história: anjos e demônios lutando uns contra os outros. De novo. Olhando por esse lado, nós nunca nos cansamos de matar uns aos outros mas alguém tinha que fazer.
Do alto, Lúcifer mandava mais e mais criaturas emergirem do inferno.

— Vá! – Gritou Gabriel para mim logo depois de decepar a cabeça de um demônio.

— Não posso sair daqui. – Gritei de volta para ele enquanto tirava um demônio das minhas costas e pisava em cima da cabeça dele.

— Não estou pedindo, General. É uma ordem. Vá!

— Vou ter que desobedece-lo, Marechal, sinto muito.

— Se você não ir, essas coisas não vão parar de vir.

— Eu não posso... – um demônio veio correndo na minha direção – só um instante.

Esperei ele chegar perto o suficiente e usei Mortalha para parti-lo em dois. Exatamente como um queijo.
Me voltei para Gabriel.

— Eu não posso deixá-la!

— Eu cuido dela, – disse-me Gabriel finalizando um demônio moribundo no chão – vá!

Fiquei estático pensando por um segundo. Sabia que Gabriel cuidaria bem dela, mas não queria deixá-la. Por outro lado, alguém tinha que matar Lúcifer. Olhei para Diana uma última vez e assenti para o meu irmão, abrindo as asas e voando na direção do Diabo.
Lúcifer estava me esperando ansioso com uma bola de fogo nas mãos. Assim que entrei na linha de tiro, a bola de fogo voou na minha direção. Só tive tempo de de fechar a asas e usá-las como escudo. A bolo de fogo ricocheteou nelas e voou para longe. Lúcifer preparou mais duas e as jogou. Fiz a mesma coisa com as duas primeiras: usei minhas asas de escudo. Elas bateram nas minhas asas novamente e voaram para longe. Antes que eu pudesse me recuperar, ele jogou mais três bolas de fogo. Eu já estava começando a ficar irritado. Me protegi da primeira com minhas asas, desviei da segunda e a terceira.... a terceira usei Mortalha para rebate-la. Quando a segunda passou raspando por mim foi a gota d'água. Abri as asas e flutuei no ar. A terceira bola de fogo ia vir certeira na minha cara, mas eu estava bravo o suficiente para ter uma mira ótima. Apesar de Mortalha ser uma espada de apenas uma mão, segurei a guarda da espada com as duas mãos e esperei. Assim que ela chegou perto o suficiente, rebati a bola de fogo como se fosse uma bola de basebol. Mas Lúcifer ainda não estava satisfeito. Ele começou a jogar mas e mais bolas de fogo. Desci ao solo de novo e observei os borrões redondos laranjas vir na minha direção.

— Pare... – rebati a primeira delas – de... – a segunda também – jogar...  – lá se foi a terceira – essas... – a quarta foi só um borrão – malditas bolas de fogo!

A quinta eu rebati. Mas não para o lado como as outras. Rebati para Lúcifer. A bola de fogo voltou na mesma velocidade que veio para o seu criador. Ela explodiu do lado direito atingido uma das suas asas de demônio e arrancando um grito gutural de raiva dele.

— Você me deixou irritado! – Berrou Lúcifer com uma voz distorcida.

— É agora que eu corro? – Perguntei.

— Só se quiser salvar sua vida inútil. – Lúcifer empunhou as duas espadas de aço negro.

— E cadê a parte que você implora para continuar vivo?

— Eu vou matá-lo!

— Pode vir, Belzebu.

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora